“Pode não ser no domingo, estamos a tentar chegar a acordo sobre todas as ‘nuances’. Também poderá ser no início da próxima semana”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
As negociações terão lugar “a nível de peritos”, referiu, citado pela agência francesa AFP.
Segundo Peskov, serão discutidos vários “aspetos do acordo ucraniano”.
A Rússia ainda não deu o acordo ao plano norte-americano de tréguas de 30 dias, aceite por Kiev sob pressão de Washington.
Por enquanto, o Presidente russo, Vladimir Putin, limitou-se a uma moratória recíproca de um mês sobre os ataques contra as infraestruturas energéticas.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, exigiu na quarta-feira que os Estados Unidos fossem responsáveis pelo controlo do cessar-fogo.
Relativamente às conversações, a Ucrânia não apresentou um calendário preciso.
Zelensky disse que estava preparado para enviar uma equipa de especialistas técnicos para a Arábia Saudita no caso de negociações sobre o cessar-fogo parcial.
Essa equipa incluiria “pessoal militar, especialistas no setor da energia” e infraestruturas civis, nomeadamente “infraestruturas portuárias”, disse Zelensky.
O primeiro encontro russo-americano sobre a guerra na Ucrânia realizou-se em 18 de fevereiro, também na Arábia Saudita.
As deleções foram lideradas, na altura, pelos chefes da diplomacia russa, Serguei Lavrov, e norte-americana, Marco Rubio.
O encontro em Riade foi a reunião diplomática mais longa entre a Rússia e os Estados Unidos desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.
A aproximação entre Moscovo e Washington ocorreu na sequência da posse de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro.
No encontro de hoje com a imprensa, Peskov também denunciou “planos para militarizar a Europa, numa altura em que a União Europeia (UE) lançou um processo de rearmamento para fazer face à ameaça russa e ao risco de afastamento norte-americano.
“Essencialmente, os sinais vindos de Bruxelas e das capitais europeias são sobre planos para militarizar a Europa”, disse Peskov.
“A Europa embarcou na sua própria militarização e transformou-se num partido de guerra”, acrescentou.
O plano da UE para rearmar o continente até 2030, prevê um investimento de 800 mil milhões de euros na defesa.
Moscovo tem rejeitado, até agora, a presença de tropas ocidentais em território ucraniano, por considerar que representariam uma ameaça.
Os líderes da UE reúnem-se hoje em Bruxelas para discutir o financiamento das necessidades de investimento em defesa.
Portugal está representado na cimeira pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.
Os chefes de Estado-Maior de cerca de trinta países dispostos a contribuir para as garantias de segurança da Ucrânia reúnem-se hoje no Reino Unido para discutir um plano de manutenção da paz em caso de cessar-fogo com a Rússia.
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