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Raimundo acusa PS de dar “abébia” ao Chega através da abstenção no Orçamento

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No discurso de encerramento de um comício do PCP realizado esta noite no edifício de A Voz do Operário, em Lisboa, Paulo Raimundo começou por abordar os resultados autárquicos do partido nas eleições de dia 12, reiterando que foram negativos, mas conseguidos após anos de “brutal ofensiva contra o PCP e gestão da CDU na autárquicas” marcada por “mentira, calúnia e silenciamento”.

 

“É neste quadro que a CDU obtém 6,62% dos votos, se afirma como a terceira força do ponto de vista das presidências de câmaras municipais, consegue 97 presidências de juntas de freguesia e elege 1.500 novos eleitos de forma direta”, detalhou o líder do PCP.

Para Raimundo, os comunistas conseguiram um resultado que “obrigou alguns a enrolar a corda, a reescrever textos que tinham escrito no dia anterior e a engolirem em seco e voltarem a ladainha do costume” de que “não foi agora, mas para a próxima é que eles vão”

Paulo Raimundo defendeu ainda que o PCP é um “partido de convergência”, mas não uma “convergência teórica ou abstrata”, e sim uma “convergência concreta, de todos os dias, em todas as lutas”.

Em relação ao Orçamento do Estado para 2026, o líder do PCP insistiu nas críticas à direita, mas também ao PS, pela já anunciada abstenção (e consequente viabilização) do texto orçamental.

Paulo Raimundo disse que o Chega e a IL vão “fazer manobras, inventar pretextos para criar uma falsa oposição” e “desviar a atenção dos seus compromissos e propostas, muitas delas inscritas no Orçamento” e acrescentou que o partido de André Ventura terá uma “bazófia ainda maior” devido à “abébia que, mais uma vez, o PS lhe deu com o anúncio da abstenção”.

“O Partido Socialista pode adjetivar como quiser: exigente, manhosa, isto, aquilo. Pode fazer o que quiser, mas não se livra da responsabilidade, não é de viabilizar apenas o orçamento, é de viabilizar o orçamento e a política que está em curso, essa política do PSD, do CDS, do Chega e da Iniciativa Liberal, é isto que o PS faz com a sua viabilização exigente”, atirou.

Perante um auditório cheio de militantes, Raimundo insistiu também na crítica ao pacote laboral proposto pelo Governo, afirmando que o povo, mesmo o que “votou em grande medida contra os seus interesses” e “deu força às forças que o oprimem”, precisa ainda mais do PCP.

O secretário-geral dos comunistas disse estar em curso um “grande golpe” para “o qual vão ser utilizados todos os instrumentos, com toda a força” desde logo os instrumentos partidários do que apelidou de uma “quadrilha de roubo de direitos” composta por PSD, CDS-PP, IL e Chega.

“Estão todos metidos neste processo, estão todos até o pescoço com este processo. É necessário, é urgente e é possível rejeitar e derrotar o pacote laboral, porque aquilo que está em causa não é apenas os direitos dos trabalhadores como se fosse coisa pouca. O que está em causa é um brutal aceleramento da exploração e a criação de uma sociedade ainda mais injusta”, acrescentou.

Por considerar estar em causa uma “declaração de guerra” por parte do executivo, Raimundo apelou à ação dos comunistas em cada local de trabalho e cada freguesia, bem como à participação na grande ação de protesto contra este pacote agendada para o dia 08 de novembro, em Lisboa.

Ainda neste discurso, Paulo Raimundo criticou a IL por querer uma descida mais acentuada do IRC e o Chega por querer baixar a derrama estadual, afirmando que, com esta proposta, o partido de Ventura “revela bem o que é e a quem serve”.

Em relação às presidenciais, Paulo Raimundo disse ter um “orgulho imenso” na candidatura de António Filipe, considerando-a “a expressão política do povo, dos seus anseios, dos seus direitos, sonhos e vidas”.

 

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