“Durante uma patrulha noturna na praia de Mbodiène (centro-oeste), a brigada territorial de Joal deteve 59 [imigrantes], entre os quais 16 raparigas”, lê-se no comunicado publicado na página da rede social Facebook na noite de segunda-feira.
As detenções juntam-se às 374 efetuadas durante o fim de semana de 14 a 16 de março, detalhou a força policial, acrescentando que os detidos eram provenientes de toda a sub-região, principalmente guineenses, gambianos, marfinenses e serra-leoneses.
“Sete dos organizadores foram igualmente detidos e importantes meios logísticos foram apreendidos”, destaca-se ainda no comunicado.
Na esperança de chegar à Europa, cada vez mais migrantes, na sua maioria jovens desempregados à procura de uma vida melhor, tentam seguir a perigosa rota marítima para as ilhas Canárias a partir da costa ocidental africana.
Em comunicado distribuído hoje, duas organizações não-governamentais (ONG), a Ação pelos Direitos Humanos e a Amizade (ADHA, na sigla em francês) e o Movimento Internacional do Apostolado dos Meios Sociais Independentes (MIAMSI-SENEGAL), manifestam a sua “profunda preocupação com o ressurgimento da migração irregular” e consideram que “este último episódio faz parte de uma tendência alarmante”.
“A migração irregular é, antes de mais, um sintoma de um mal-estar mais profundo, marcado pela falta de oportunidades económicas, pela insegurança no emprego e pela ausência de perspetivas viáveis para os jovens”, salientam as duas ONG.
Em 2024, cerca de 47 mil pessoas tentaram chegar à Europa por mar a partir da costa ocidental de África, segundo a agência Frontex.
Trata-se de um número recorde de chegadas, mais 18% do que no ano anterior.
Mais de 10.400 migrantes morreram ou desapareceram no mar ao tentarem chegar a Espanha em 2024, de acordo com a ONG espanhola Caminando Fronteras.
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