“Nos últimos nove meses, o Pingo Doce comprou ao grupo Lusiaves menos de 4% de todo o frango industrial que comercializou, o que nos leva, uma vez mais, a questionar a razão pela qual a Frente Animal insiste em manter uma campanha difamatória apontada unicamente contra o Pingo Doce”, questionou fonte oficial da cadeia de supermecados da Jerónimo Martins, contactada pela Lusa.
Na terça-feira, a organização Frente Animal informou ter sido alvo de uma ação judicial por parte do Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins, após a denuncia de práticas inadequadas em empresas que fornecem frango aos supermercados da cadeia.
“Em resposta à campanha manifestamente ofensiva do bom nome e da reputação do Pingo Doce, lançada pela Frente Animal em dezembro de 2024”, confirmou que o Pingo Doce interpôs uma providencia cautelar “não apenas para a cessação imediata da dita campanha, mas solicitando também, na mesma providência cautelar, que a ONG identificasse o fornecedor responsável pelos alegados maus-tratos aos animais”.
Aliás, “durante vários meses, a Frente Animal recusou-se a identificar o fornecedor ou fornecedores responsáveis tornando, assim, impossível apurar a exatidão e veracidade dos dados divulgados, para podermos atuar em conformidade”, prosseguiu a mesma fonte.
Muito após a requisição da providência cautelar, “a Frente Animal divulgou publicamente imagens de maus-tratos a galinhas que identificou terem sido captadas numa exploração do Grupo Lusiaves”, apontou.
Em 07 de março, foi noticiado que o grupo Lusiaves suspendeu quatro funcionários de uma exploração na Figueira da Foz, depois de a associação Frente Animal ter divulgado imagens que mostram trabalhadores a agredir os animais e dezenas de frangos feridos e mortos.
“Reforçamos que a preocupação do Pingo Doce com o bem-estar animal, nomeadamente das galinhas, está bem patente no facto de, desde 2019, todos os ovos de marca própria à venda nas lojas da cadeia serem provenientes de galinhas não enjauladas”, salientou fonte oficial.
Adicionalmente, “os nossos fornecedores ibéricos de frango têm a certificação em bem-estar animal de acordo com o selo Welfair(TM).
A cadeia Pingo Doce garantiu que “realiza auditorias regulares aos seus fornecedores, que incluem critérios de bem-estar animal com base na legislação em vigor, e que avaliam a implementação de boas práticas na produção”, referindo que “em nenhuma destas auditorias foram identificadas situações de maus tratos como as apresentadas pela Frente Animal”.
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