“O fim do cessar-fogo em Gaza, causado por violentos ataques israelitas, destrói uma esperança concreta para muitos israelitas e palestinianos: a esperança de que o sofrimento de todos os lados possa finalmente acabar”, disse Annalena Baerbock, em comunicado, antes de partir para uma viagem diplomática ao Médio Oriente.
Depois de os ataques aéreos israelita de terça-feira terem causado mais de 400 mortos e 562 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, esta noite morreram pelo menos mais 14 pessoas em novos ataques, de acordo com a proteção civil da Faixa de Gaza,
Fontes médicas citadas pelo jornal Filastin, ligado ao Hamas, avançaram este número de vítimas mortais após ataques aéreos israelitas contra Khan Younis e Rafah, no sul da Faixa de Gaza, bem como no centro do enclave.
Entretanto, o exército israelita apelou hoje à população de Gaza para que saia das “zonas de combate perigosas” no norte e no sul do território palestiniano.
Esta ordem de evacuação aplica-se às regiões de Beit Hanoun (norte), Khirbet Khuza’a, Abasan al-Kabira e Abasan al-Jadida (sul), onde o exército “iniciou operações contra grupos terroristas”, escreveu o porta-voz do exército, Avichay Adraee, na rede social X.
Adraee pediu aos moradores que “se mudem para abrigos no oeste da Cidade de Gaza e na cidade de Khan Younis”.
Também hoje, o movimento islamita Hamas disse que continua disponível para negociações com Israel, sublinhando que não é preciso um novo acordo, apesar dos bombardeamentos israelitas sobre Gaza.
“Não encerrámos a porta às negociações”, disse Taher al-Nunu, um dos porta-vozes do Hamas, garantindo ainda que o grupo islâmico aceitou as propostas apresentadas pelo enviado dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, e pelo enviado dos Estados Unidos nas negociações para a libertação dos reféns em Gaza, Adam Boehler.
Al-Nunu afirmou que o grupo islamita palestiniano está em contacto com os mediadores — Qatar, Egito e Estados Unidos — para que Israel “pare com a sua agressão”, “respeite o que foi assinado” e “inicie as negociações para a segunda fase do acordo de cessar-fogo”, que contempla a retirada dos soldados israelitas da Faixa de Gaza e a libertação dos reféns que ainda estão vivos.
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