A importância do acompanhamento de Enfermagem no luto dos pais do neonato e criança falecida ficou patente numas das palestras proferidas.
Enfª SÍLVIA RIBEIRO Pinto
Enfª no serviço de Obstectrícia da MJD (Maternidade júlio dinis)
Auxiliar pedagógica na ESENF da Cruz Vermelha-Oliveira de azeméis
Realizou-se nos dias 29 e 30 de Março o III fórum de enfermagem de saúde materna, obstétrica e pediátrica, no auditório municipal de lousada.
Este fórum surge da necessidade cada vez mais premente dos enfermeiros, que trabalham nestas áreas, obterem respostas eficazes, idóneas e de elevada qualidade, nas mais variadas vertentes do cuidado Humano, nesta fase tão especial de vida, que vai desde a concepção até ao final da adolescência. Assim, foi objectivo da comissão organizadora e científica, abranger uma mescla de assuntos de cariz actual, oportunos e com carácter critico – reflexivo, de modo a se tornar produtivo para todos os participantes, através da troca de experiências e saberes, que um encontro desta natureza promove.
No dia 29 de Março, o programa científico, contemplou várias temáticas, na área da saúde materna e obstétrica, que vão desde a inovação em contracepção ate ao luto perinatal, não esquecendo os rastreio na gravidez e a interrupção voluntária da mesma.
Numa das palestras deste primeiro dia foram apresentados resultados que comprovam a qualidade do diagnóstico pré-natal, efectuado no HSJ, em casos em que os resultados finais apoiaram a decisão de efectuar interrupção voluntária da gravidez, assentes em argumentos de natureza clínica.
A importância do acompanhamento de Enfermagem no luto dos pais do neonato e criança falecida ficou patente numas das palestras proferidas.
A realidade em contracepção do Centro de Saúde de Paredes foi-nos também transmitida numa das palestras integradas no programa, permitindo-nos confrontar realidades distintas. A inovação em contracepção granjeou também a atenção dos conferencistas, enfatizando a necessidade da adequação do método contraceptivo às idiossincrasias de cada mulher, colocando a tónica dominante nos contraceptivos hormonais. O implante subcutâneo ocupou uma posição de destaque na apresentação da temática referida, através do relato de 2 anos de experiência numa consulta de Planeamento Familiar num hospital Central.
No dia 30, a área de enfoque foi a Pediatria, com destaque para o processo de cuidar dos prematuros, desde o internamento até ao acompanhamento destes no domicílio, reportada á realidade do hospital Pedro Hispano (Matosinhos), em parceria com o Centro de Saúde. As visitas domiciliárias têm como finalidade: devolver o bebé o mais precocemente ao seu ambiente familiar, assim como, dar continuidade aos cuidados no domicílio.
Foi também realizada a explanação de um estudo destinado a observar a resposta do prematuro a vários tipos de intervenções mediante monitorização da frequência respiratória, cardíaca e saturação de oxigénio, concluindo-se que este apresenta respostas distintas a mediante intervenções diferentes (cuidados de Enfermagem não Invasivos/Cuidados dos Pais e Cuidados de Enfermagem Invasivos).
A educação da criança diabética foi também ponto de abordagem, sendo destacados os pontos capitais que devem incluir o plano educacional da criança diabética, elemento central e activo neste processo.
As palestras que ilustraram a visão de enfermagem sobre a negligência e maus-tratos infantis, que constituem um desafio para os Enfermeiros, foram sem dúvida mais um ponto de interesse para os conferencistas; ficou patente o dever que se impõe perante o enfermeiro e que deriva não só do seu âmbito profissional mas também de um imperativo de cidadania de estar atento a este flagelo que a nossa sociedade manifesta e remetê-lo para órgãos competentes. As especificidades do “microambiente” familiar foram apontadas como os factores major implicados na presença deste flagelo que se faz surtir de variadas formas.
Englobado nesta partilha de conhecimentos, de destacar as inúmeras apresentações de comunicações livres e pósteres, cujos temas suporte abrangiam as áreas preconizadas.
Considera-se que este III Fórum foi mais um passo no caminho já percorrido, promovendo um espaço de partilha de experiências vividas, assim como a reflexão de todos aqueles que apelam ao bem da profissão e em si, aqueles de quem cuidamos.