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Hospital de Leiria manda grávida com contrações para casa? O que se sabe

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Uma grávida de 39 semanas, com contrações, terá sido enviada pelo Hospital de Santo André, em Leiria, para casa, localizada a mais de 100 quilómetros de distância, depois de, primeiramente, ter sido transportada de ambulância para o Hospital das Caldas da Rainha, que estava encerrado.

 

O caso começou a ser noticiado na segunda-feira, 10 de novembro, pelo Correio da Manhã. Conta o matutino que a jovem de 25 anos, grávida de 39 semanas e “com contrações a cada três minutos”, foi transportada de ambulância de urgência, no domingo à noite de Almeirim para Leiria.

Após várias horas na unidade hospitalar, a jovem teve alta, na manhã de segunda-feira, e indicação para regressar a casa, localizada a 103 quilómetros de distância.

De acordo com o jornal, o internamento da jovem em Leiria foi decidido pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) depois de, pelas 20h16 de domingo, a jovem ter ligado para o SNS24 a pedir ajuda.

Ambulância levou grávida para “urgências de ginecologia fechadas”

Já em casa da parturiente, os bombeiros de Almeirim receberam a indicação para o transporte de ambulância para o Hospital das Caldas da Rainha. “Quando chegaram o hospital este tinha as urgências de ginecologia fechadas”, explicou o pai.

Os bombeiros receberam, então, ordem para o transporte para Leiria. Porém, após a descrição dos bombeiros sobre o estado da grávida, foi decidido o acompanhamento com Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER).

A grávida acabou por ser internada no Hospital de Santo André, em Leiria, e passar por lá a noite. No entanto, na manhã seguinte, foi informada que tinha alta e que tinha de voltar, pelos próprios meios, para casa.

A jovem contactou os pais, que se deslocaram ao hospital de Leiria, mas recusaram levar a filha para casa em carro próprio, uma vez que consideraram que esta estava já em trabalho de parto.

Perante isto, a grávida acabou por permanecer no hospital e ter o filho já na madrugada desta terça-feira.

Hospital “desmente” notícia, mas admite que bolsa rebentou horas depois da alta

Entretanto, na noite de segunda-feira, o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria (ULSRL), responsável pelo Hospital de Santo André, enviou um desmentido ao Notícias ao Minuto.

“O Conselho de Administração da ULSRL lamenta e desmente veementemente a notícia publicada pelo jornal Correio da Manhã […] por conter afirmações falsas e deturpadas da realidade clínica”.

Segundo os responsáveis, a utente foi “avaliada por médico obstetra, que determinou, pelas 8h do dia 10 de novembro, que não existiam sinais de parto iminente, encontrando-se a grávida clinicamente estável e sem critérios para internamento”, pelo que “a alta foi devidamente fundamentada e comunicada à utente, em linha com as boas práticas assistenciais”.

Admite, contudo a ULSRL que, “pós contacto com familiares para organização do regresso a casa, a utente permaneceu nas instalações da unidade”.

Já à chegada dos familiares e “após nova sintomatologia, a utente foi readmitida [no hospital de Leiria] às 12h15, tendo sido imediatamente reavaliada, submetida a exames complementares de diagnóstico (CTG) e mantida em observação clínica contínua, com vigilância obstétrica permanente”.

“O rebentamento espontâneo das membranas ocorreu às 20h, mantendo-se em vigilância no internamento de obstetrícia. Às 22h deste de segunda-feira, 10 de novembro, o parto ainda não havia ocorrido”, explicaram ainda no mesmo documento.

Na mesma nota, a ULSRL “reitera total confiança na atuação da equipa médica e de enfermagem, que prestou cuidados com rigor, segurança e respeito pela utente, refutando qualquer tentativa de colocar em causa o profissionalismo dos seus colaboradores” e afiança que “a prestação de cuidados obstétricos na ULS da Região de Leiria cumpre integralmente os padrões clínicos estabelecidos, assegurando sempre a segurança da grávida e do bebé”.

Já esta terça-feira, a SIC Notícias esteve em direto do local e falou com o pai da grávida, Jorge Cunha, que confirmou as informações avançadas pelo Correio da Manhã no dia anterior, e adiantou que o bebé acabou por nascer pelas 5h30 da madrugada desta terça-feira, 11 de novembro, em segurança.

Ao canal de televisão, o homem defendeu que foi a decisão da família – de não fazer a viagem de mais de 100 quilómetros até Almeirim – que evitou um eventual parto durante o trajeto para casa, em viatura própria.

Mãe e bebé encontram-se bem e internados no hospital de Leiria.

 

Leia na íntegra em Notícias ao Minuto