Início Profissão Gomes Mendes defende “competência” na Liga e rejeita divisão norte-sul

Gomes Mendes defende “competência” na Liga e rejeita divisão norte-sul

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“Esse discurso [de divisão] não tem hoje qualquer cabimento. Esses tempos não podem voltar à Liga. Estamos aqui pela competência e pelo futebol português. O norte e o sul não interessa e não embarco nesse tipo de conversa inútil. Estamos aqui para olhar para o futuro”, vincou o candidato, após a apresentação da sua candidatura, na sede da LPFP, no Porto.

 

O tema surgiu na sequência da presença dos presidentes do FC Porto, André Villas-Boas, e do Sporting de Braga, António Salvador, na cerimónia, sendo notada a ausência de representantes de Benfica e Sporting, que estiveram na apresentação do outro candidato ao cargo, Reinaldo Teixeira.

José Gomes Mendes, de 63 anos, engenheiro civil de formação, com atividade no mundo académico e que desempenhou funções de secretário de Estado nos dois primeiros governos liderados por António Costa, preferiu salientar as ideias do seu projeto, defendendo que a sua experiência e equipa que reuniu são fatores determinantes para assumir a liderança da LPFP.

“Considero-me o homem certo porque tenho a equipa certa. Identificámos os aspetos cruciais para o desenvolvimento da Liga nos próximos tempos, com a questão da centralização dos direitos e da sua conexão com os aspetos comerciais e da organização, e a questão desportiva, pôr o jogo no centro da decisão”, disse.

O candidato, que ainda exerce o cargo de presidente da Mesa da Assembleia Geral da LPFP, sublinhou a importância de negociações institucionais para garantir o crescimento do futebol português.

“Há um conjunto de agendas que estão bem identificadas de negociação, quer com a Federação Portuguesa de Futebol, quer com a governação deste país, no sentido de encontrarmos condições mais equilibradas para que o futebol se possa desenvolver e possa competir internacionalmente”, referiu.

Sobre a data do escrutínio, agendado para 11 de abril, e que mereceu críticas do outro candidato, Gomes Mendes esclareceu que a decisão foi tomada após ouvir os clubes.

“Em boa verdade, eu não estendi nenhum prazo. Isto é tudo público, aconteceu numa assembleia geral em que estavam lá todos [os clubes]. A direção da Liga propôs o dia 24 abril, mas como encontrei clubes que achavam que a data estava bem e outros que consideravam que poderia ser um pouco antes, decidi recuar 15 dias e marquei para 11 de abril”, esclareceu.

Nesta cerimónia, além de FC Porto e Sporting de Braga, estiveram ainda presentes, segundo fonte da candidatura de José Gomes Mendes, Boavista, Famalicão, Rio Ave, Tondela, Paços de Ferreira, Penafiel, Torreense, Académico de Viseu, União de Leira e Vizela.

“Se eu contar os apoios que o meu adversário disse que tem com aqueles que eu tenho, vamos ter quatro ligas. Nesta fase, nós temos as sociedades desportivas a ouvir, para depois tomarem a sua decisão. Tenho dialogado com todos os clubes e acredito que tenho o melhor projeto e a melhor equipa”, partilhou.

José Gomes Mendes destacou a relação de proximidade com Pedro Proença, ex-presidente da LPFP e agora líder da Federação Portuguesa de Futebol, considerando essa relação profícua para o seu trabalho.

“Há um diálogo próximo, temos um alinhamento de ideias, isso não é segredo. Acho que é um elemento facilitador para o que vem a seguir. Há um plano estratégico sólido que foi aprovado na Liga, mas que precisa agora de um impulso, pois os desafios que temos são um pouco diferentes”, analisou.

José Gomes Mendes elegeu como eixos do seu projeto a “competitividade desportiva, a sustentabilidade financeira e o impacto institucional, promocional e social”, vincou a importância de temas como a centralização dos direitos audiovisuais ou a internacionalização do futebol profissional português.

As eleições para presidência da LPFP, que visam o mandato intercalar 2025-2027, estão agendadas para 11 de abril, sendo que, até ao momento, apenas José Gomes Mendes e Reinaldo Teixeira apresentaram as respetivas candidaturas.

 

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