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Presidente da FNAEE 2008-2009

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Os enfermeiros e os próprios estudantes devem unir-se em torno desta questão porque a classe profissional não se faz só com alguns, mas com todos.

Carlos Gonçalves, Presidente da FNAEE no Mandato 2008-2009

FE > A FNAEE, enquanto promotora do ENEE (Encontro Nacional de Estudantes de Enfermagem) e FNEE (Fórum Nacional de Estudantes de Enfermagem), também possui um jornal próprio, a FNAEE ACTUAL. Em que consiste, onde podemos encontrar e para quando um novo número?

A FNAEE Actual esteve suspensa durante o último mandato. Durante este mandato estamos a revitalizar o jornal que será lançado durante o ENEE 2009. Sairá com os mesmos moldes que os anteriores.

FE > “Metade dos enfermeiros não conseguiu emprego na sua área de formação seis meses depois de ter terminado o seu curso”. Em que medida podem as AE’s de Enfermagem contribuir para contrariar esta situação?

As AE’s podem ajudar a FNAEE a constituir dados fidedignos para apresentar ao Ministério para a realidade do Ensino em Enfermagem. Podem também orientar ofertas de emprego para os recém licenciados.

FE > Como vê o facto de cada vez mais enfermeiros estarem a procurar emprego fora do país?

Trata-se de uma necessidade condicionada pela política educativa e económica nacional, que força muitos recém licenciados a procurarem emprego fora do país.


FE > Em relação a Bolonha, como vê a sua adequação e o facto dos estudantes estarem a sair com um diploma que em termos europeus equivale a um Bacharelato? Perdeu-se o ganho de 1999?

Não. Não podemos olhar simplesmente a conceitos. Temos de prestar atenção ao que significa ter o 1º ciclo ou o 2º ciclo de estudos e ao que se preconiza para enfermagem.


FE > Como vê a situação dos ensinos clínicos e as condições em que decorrem?

Temos conhecimento dada a proliferação de escolas de enfermagem do país, que é cada vez mais difícil encontrar um local para que os estudantes possam realizarem o seu Ensino Clínico. Contudo deve de ser da total preocupação das Escolas que os seus estudantes se possam desenvolver em locais que preencham um determinado número de pré requisitos.

FE > Qual a posição da FNAEE face ao plano estratégico para o ensino da enfermagem apresentado pela Ordem dos Enfermeiros?


Relativamente ao Plano Estratégico para o Ensino de Enfermagem, a FNAEE vai lançar um parecer para a Ordem e o qual lhe envio em anexo ainda durante esta semana.


FE > Como revê a actuação da OE? Que sugestões para apoiar os jovens enfermeiros?


A Ordem dos Enfermeiros, apesar de ser recente comparativamente com muitas outras existentes no nosso país, penso que tem avançado muito na promoção da profissão da Enfermagem. O facto de se estar a desenvolver o Modelo de Desenvolvimento Profissional é um sinal evidente do emprenho da nossa Ordem. Os jovens enfermeiros devem de encarar a Ordem tal como ela é. A Ordem é constituída por todos os enfermeiros, sendo que é fundamental para a classe profissional de enfermagem que haja coerência entre todos os que dela fazem parte e que ao mesmo tempo a promovam e desenvolvam.


FE > Como vê a actuação dos sindicatos quanto à situação de desemprego dos enfermeiros?


Os sindicatos têm desenvolvido estratégias para conseguirem reverter a situação, contudo, não é só aos Sindicatos que compete essa função. Os enfermeiros e os próprios estudantes devem unir-se em torno desta questão porque a classe profissional não se faz só com alguns, mas com todos.


FE > A FNAEE tem uma rotatividade enorme de presidentes, como veria a criação de uma espécie de senado consultivo integrando os ex-presidentes?


Os ex-presidentes vêm-se incluidos nos estatutos da FNAEE exactamente com esse intuito. Dada a complexidade da FNAEE, há sempre uma relação de ajuda entre os demais Presidentes.


FE > Após 17 anos de FNAEE, que balanço faz?


Muito já foi feito ao longo destes 17 anos, os FNEE’s, os ENEE’s, acções de sensibilização, protestos, reuniões com os demais órgãos implicados no ensino de enfermagem e profissão, mas como qualquer outra entidade associativa a nível nacional estamos a sofrer o desinteresse por parte dos estudantes ao qual estamos a tentar reverter e a incentivar os estudantes a participarem activamente na vida política.  

Entrevista por Pedro Machado e Pedro Silva