O Ministério Público está a pedir 12 anos e 5 meses de prisão para uma enfermeira do Hospital Universitário de Navarra, em Espanha, acusada de aceder sem autorização aos historiais clínicos de várias pessoas, entre elas a esposa, cunhada e filha do homem com quem mantinha uma relação extraconjugal.
A denúncia preliminar identifica-a como sendo autora de três crimes de violação de segredo, pelos quais também é pedida uma multa de 16.080 euros e impedimento profissional por 34 anos de ocupar qualquer emprego vinculado ao âmbito da Saúde.
A acusada trabalhava no serviço de pneumologia do centro hospitalar quando ocorreram os feitos, explica o Notícias de Navarra.
A enfermeira, que mantinha uma relação com um homem casado, acedeu, entre 2018 e 2020, em 35 ocasiões, ao historial clínico da esposa do companheiro, incluindo dados demográficos, informações médicas e o histórico de atendimento da vítima. Fê-lo “sem conhecimento ou autorização” da mulher, que nunca tinha sido paciente do serviço de pneumologia, refere o Ministério Público espanhol, segundo o mesmo jornal.
A investigação também apurou que, além de usar a própria identidade profissional, utilizou os perfis de outros companheiros de serviço para fazer mais consultas e não levantar suspeitas.
Repetiu o padrão de consulta também com outros membros da família – a irmã e filha da esposa também foram afetadas, com os seus historiais a terem sido consultados sem autorização também em várias ocasiões. Nenhuma das duas tinha sido paciente do serviço.
O Ministério Público considera assim que a enfermeira abusou do seu acesso ao sistema de saúde para invadir a privacidade destas mulheres, movida por interesses pessoais.
O julgamento vai decorrer, entre quinta e sexta-feira, no Tribunal Provincial de Navarra.













