O Enf. Paulo Machado (ESEnf S João – Porto) abriu a Mesa II – Importância dos dados para a Investigação Clínica. Uma afirmação “os Fórums de discussão são as publicaões, não há outro”. É essencial chegar a consensos. Nesse sentido os sistemas de documentação baseados em diagnósticos e intervenções, nomeadamente em suporte electrónico facilita a melhor estruturação dos dados e a sua utilização.
O processo deve estar sempre em constante avaliação.
A seguir a Enf. Goreti Carvalho (Enf. Esp. Med/Cir; serv. Cirurgia; HPA – VS E.P.E.) sobre as dificuldades na obtenção de dados clínicos, neste caso na consulta à doentes ostomizados. Uma das razões é o facto de muitos dos cuidados não serem documentados, e aqueles que são feitos serem efectuados em texto livre. A análise desenvolvida deu lugar a uma base de dados experimental.
O Enf. Campos (Enf. Serv Med III HPA – VS E.P.E.) passou a apresentar a base de dados, visto ter sido o responsável pelo desenvolvimento deste suporte electrónico. Começou por alertar para a importância dos dados estarem protegidos, por isso o sistema estar protegido por passwords. Depois da identificação, é feita uma avaliação inicial. Uma particularidade é que permite a inserção de imagens, dos estomas dos sujeitos.
Foi ainda abordado, na perguntas finais da plateia, a falta de pareceres oficiais quanto ao suporte legal para os sistemas de documentação, nomeadamente por parte da Comissão de Protecção de dados. Inclusive relativamente ao Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem (SAPE).
Ainda o aspecto de como salvaguardar os registos quando o servidor informático falha. Tem que haver uma medida de recurso que têm que ser os profissionais a encontra-la, em papel. As dificuldades técnicas são o preço da tecnologia, segundo o Prof. Paulo Machado.
Na Mesa III – Cuidados aos doentes Ostomizados a Enf. Graciete Marques (Enf. Esp. Med/Cir. HDP) e Isabel Morais (IPO-FG Coimbra, gabinete de estomaterapia) apresentou um estudo, ou melhor, 2 estudos sobre a perspectiva do doente com complicações de estoma relativamente aos cuidados de Enfermagem prestados, e sobre a qualidade de vida da Pessoa Ostomizada. O estudo não está concluído, mas foram apresentados resultados provisórios, e que apontam para a importância da formação especifica dos Enfermeiros na área da estomaterapia.
Na Mesa IV – Perspectivas de Enfermagem no Cuidar em Neurocirurgia o Enf. Paulo Ramos (Serv. Neurocirurgia H. São João – Porto) fez uma contextualização teórica dos estudos de caso elaborados no serviço onde trabalha. Realçou a importância do aumento da PIC, qualquer que seja a sua etiologia, e a sua descoberta por monitorização directa em contexto de Unidade de Cuidados Intensivos ou por alterações como vómitos em jacto, cefaleias e o estado de consciência, diferenças diâmetro pupilar, etc… em contexto de Internamento. Abordou as medidas de controlo da PIC, incluindo a descompressão craniana por craniotomia, onde se retira um retalho ósseo. Lançou à discussão a questão da dificuldade evitar úlceras de pressão nos doentes que fazem drogas vasopressoras perifericas, como as aminas simpaticomiméticas, e que ainda fazem costico-esteroides no tratamento de edema cerebral que potencia o risco de infecção.
Seguidamente foram apresentados estudos de caso tanto na Unidade (Enf. Henrique, Serv. Neurocirurgia H. São João – Porto) e no Internamento (Enf. Iola Ferronha, Serv. Neurocirurgia H. São João – Porto). O estudo de caso da Unidade de cuidados Intensivos relativo a um caso de aneurisma cerebral abordou os novos conceitos de monitorização cerebral e as respectivas implicações para a Enfermagem. Apresentou ainda 2 escalasde monitorização de estado de consciência além da escala de Glasgow utilizadas no serviço. O estudo de caso do internamento, incidiu nos cuidados de enfermagem, sobretudo os riscos associados e monitorização num caso de TCE.
Na Mesa V – Urgência de Oftalmologia – Cuidados Integrados a Enf. Madalena Amorin (Enf. Chefe do Serv. Oftamologia do Hosp. S. Sebastião) falou da organização do serviço fundado em Janeiro de 1999, que conta com 20 enfermeiros distribuídos pelos vários sectores do serviço e que abrange uma população de 300000 utentes. Seguidamente foram apresentados dados de 2005, quanto ao recurso à urgência oftalmológica. Com aproximadamente 4600 utentes/ano, são os meses de verão onde a afluência é maior. Os dados obtidos permitiram perceber que o horário de atendimento estava adequado às necessidade da população e que não se justificava a presença de enfermeiros do serviço de oftalmologia na urgência nos fins-de-semana e no período da noite.
Foram apresentadas as situações mais comuns de urgência oftalmológica, quer traumáticas ou não. Esta apresentação estev a cargo do Dr. António Rocha (do Serv. Oftamologia do Hosp. S. Sebastião). Foi chama a a atenção de que o enfermeiros poderá ter um papel importante do despiste destas situações para procurar uma articulação com os serviços especializados.
A seguir a Enf. Patrícia Soares (do Serv. Oftamologia do Hosp. S. Sebastião ) apresentou os conhecimentos de Enfermagem para cada situação de traumatismos oculares. Os traumatismos oculares são a principal causa de urgência oftalmológica. Embora tem havido um decréscimo devido à segurança no trabalho ter fomentado o uso de protectores oculares e ainda o incremento do uso do cinto de segurança.
Foram apresentadas particularidades quer a nível da técnica de irrigação quer da aplicação de gotas oftálmicas, relativas às várias situações de urgência. A aplicação de penso compressivo (Penso Oftálmico), com vista a evitar a abertura do olhos e a diminuição da dor foi também abordada. Mais uma vez foi focado a importâncoa que os enfermeiros que trabalham em Centros de Saúde e Clínicas Privadas sem serviço de oftalmologia têm no despiste e correcto encaminhamento destas situações. Ainda a importância da educação para saúde para evitar estas situações é um papel fundamental da Enfermagem.
Na Mesa VI – Controlo da Infecção do Local Cirúrgico a infecção de local cirúrgico representa 38 % de todas as infecções nosocomiais.
A Enf. Maria José Cunha (Enf. Esp. Med/Cir serviço Ortopedia HPA – VS E.P.E.) apresentou alguns princípios relativos ao controlo de infecção. Fez uma abordagem histórica desde a queda do império romano até ao surgimento das primeiras comissões de prevenção e controlo de infecção.
Falou ainda das normas do pré-operatório, nomeadamente a preparação do doente, recorrendo á bibliografia nacional e internacional (CDC – Center for Disease Control). Uma particularidade, o abandono das gilletes por maquinas eléctricas para a tricotomia. A lavagem das mãos, não só no B.O. mas também no internamento.
A Enf. Rosa Cândida (Enf. Grad. B.O. Obst/Ginec HSJ E.P.E.) abordou os procedimentos de Enfermagem na prática diária na Prevenção de Infecção. A infecção ortopédica é a mais importante no seio das infecções do local cirúrgico sendo responsável por média de aumento de tempos de internamento de 19 dias, contra 3 dias da infecção em cirurgia ginecológica que se encontra no extremo oposto. O correcto fardamento no intra-operatório foi bem abordado, mesmo quando o doente ainda não se encontra no BO e os matériais estão a ser preparados, como a mesa de instrumentação. Um dos indicadores da qualidade da assistência é a baixa incidência das infecções no local cirúrgico.
A Enf. Teresa Cardoso (serviço Cir. C- U.L.S. Matosinhos) abordou o tratamento de feridas cirúrgicas, falando sobretudo da sua experiência. Realçou que o pós-operatório de 48 horas é o momento mais adequado para fazer a exposição da ferida cirúrgica. Lançou á discussão o aumento das infecção em contexto hospitalar mais recentemente, mesmo nas primeiras 48 horas. Alertou para o questionamento do porque estas situações acontecem, por exemplo o porque de limpar com SF, uma ferida já limpa. A utilização de antisépticos tópicos, como a iodopovidona não será prejudicial? Está comprovado que apenas são eficazes em concentrações altas. Mas depois colocasse a questão da toxicidade. Logo não devem ser usados em feridas limpas.
A criação de protocolos de tratamentos de feridas cirúrgicas foi defendida como essencial para uma boa técnica. Desde a avaliação da ferida à escolha dos produtos para o tratamento. Não havendo linhas orientadoras para a execução do tratamento das feridas, a documentação trata-se essencial para a continuidade de cuidados.
O Dr. Rui Ponce Leão falou ainda da Câmara Hiperbárica e Sub-aquática.
No final do encontro, foram ainda apresentadas 2 conferências: Conferência I – Stresse no Trabalho nos Profissionais de saúde que exercem funções em Blocos Operátorios e Conferência II – O doente terminal na Voz de quem cuida.
Mais uma vez, a organização (FSE ) certificada pelo IQF contou com muitos participantes neste encontro, o que já vem sendo hábito.