Troca de ideias e experiências para mais de meio milhar de participantes
O conhecimento de outras realidades dentro do vasto “mundo” que é a Enfermagem
Mário Santos Enfermeiro e Jornalista |
O Encontro de Enfermagem “Doente Crítico 2005” que decorreu nos passados dias 24 e 25 de Novembro, no Fórum da Maia, organizado pelo FSE – Formação e Serviços em Eventos, Lda. – contou com a presença de cerca de seis centenas de participantes e um leque muito “recheado” de palestrantes.
Os temas apresentados foram os mais variados, passando pelo “Transporte de Doentes Críticos – Diferentes Perspectivas”, de onde se destacaram as intervenções dos militares e enfermeiros da Força Aérea, Capitão Enf. António Gomes e 1º Sargento Enf. Paulo Pereira. “Erros Terapêuticos em Situações de Emergência”, “Emergência em Traumatologia” e até o “Papel do Enfermeiro no Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil”, foram outros temas abordados. Neste último painel, ficou bem patente a importância dos enfermeiros no seio das corporações de bombeiros, tendo merecido um forte aplauso por parte dos participantes.
A importância deste encontro, que já vai na sua segunda edição consecutiva, teve por objectivo trazer até aos enfermeiros presentes um colher de informação das novas técnicas a nível de urgência e pré-hospitalar, assim como terem conhecimento das novas e diferentes formas de trabalho dos colegas que vão trabalhando um pouco por todo o país. “É que com tantas alterações legislativas relativas à organização e funcionamento dos mais diversos hospitais, a realidade que era ontem, hoje é bem diferente. Por isso, o nosso propósito de fazer este encontro para que os colegas possam trocar ideias, experiências, e poderem saber um pouco mais da forma como se vai trabalhando pelo país. Não era nossa pretensão ensinar nada de novo, mas sim, proporcionar um alegre “Encontro de Enfermagem”, onde os testemunhos passassem… e passaram mesmo, ultrapassando totalmente as nossas expectativas” – referiu à nossa reportagem o responsável por este evento, o Enfermeiro José Carlos Fontes, do serviço de urgência do Hospital Geral de Santos António, S.A.
Enfermeiro José Carlos Fontes, satisfeito com o desenrolar do “Encontro”
Os painéis apresentados neste “Encontro de Enfermagem” foram muito diversificados, como já foi referido, tendo mesmo abrangido os quatro cantos do pais, com testemunhos, quer dos palestrantes inscritos, quer dos enfermeiros que apresentaram comunicações livres, e que trouxeram uma mais-valia a este encontro.
O evento abriu com um painel de luxo e com um tema muito actual, que era o do transporte de doentes críticos, tendo como moderador o Enf. Daniel Cunha, formador do INEM e a exercer no HGSA. Os palestrantes já citados, da Força Aérea, que apresentaram, de uma forma muito clara e concreta, vários diapositivos e um filme onde eram expostas as técnicas mais avançadas no heli-transporte do doente crítico. A acompanhar esta dupla, estiveram ainda os Enfermeiros António Veiga do Centro Hospitalar de Coimbra e Isabel Lima.
Durante dois dias debateram-se os mais variados temas onde a emergência teve sempre em destaque, como por exemplo, na traumatologia, no transporte terrestre e habilitação de quem executa esses serviços, e ainda os diferentes tipos de triagem dos doentes nas urgências hospitalares. Neste painel, há que salientar a presença de três Enfermeiros – Mário Lopes, Alexandre Azevedo e Rui Miguel, dos Hospitais de S. João, Porto, Figueira da Foz S.A., e Santa Maria, Lisboa, respectivamente, – apresentando, cada um deles, o sistema de triagem utilizado nos seus serviços.
“ESPECIALIDADE EM CUIDADOS INTENSIVOS…É UMA NECESSIDADE”
E, se muito se falou em emergência neste encontro, a verdade é que também se falou da necessidade de se “aperfeiçoar” as técnicas nos cuidados prestados ao doente, quando este chega à urgência de uma unidade hospitalar.
E a opinião do nosso interlocutor não deixa margem para dúvidas – é imperativo criar o mais breve possível a especialidade de Cuidados Intensivos. “Este encontro também pretende deixar uma marca bem acentuada, para alertar para a necessidade da criação da especialidade de Cuidados Intensivos em Enfermagem. É uma necessidade imperiosa e sem se perceber porquê, ela não existe, e quem sabe se alguma vez existirá. Fica neste encontro vincado essa necessidade, que tantas vezes foi frisado pelos participantes”.