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Da APEEER até à APER

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Associação Portuguesa de Enfermeiros de Reabilitação

Em jeito de balanço, um percurso de reabilitação e as razões do seu sucesso

Da APEEER até à APER

Em jeito de balanço, um percurso de reabilitação e as razões do seu sucesso

A APEEER  (Associação Portuguesa dos Enfermeiros Especialistas e Especializados de Reabilitação) é uma Associação sem fins lucrativos que pretende apoiar, incentivar e desenvolver os cuidados diferenciados prestados pelos enfermeiros especialistas em Enfermagem de Reabilitação, que já vinha a ser constituída desde os idos de 1969 mas que apenas em Dezembro de 1978 vê os seus Estatutos publicados.

Desde então a APEEER foi capaz de se afirmar com um conjunto de iniciativas que levaram ao seu crescimento e reconhecimento “inter-pares”. Porém, por razões várias e apesar do esforço de alguns colegas, nos últimos anos a sua capacidade de intervenção foi diminuindo, o número de associados “activos” reduzidos a um mínimo insustentável e as actividades desenvolvidas muito insipientes.

Por isso, no início de 2008, surgiu a necessidade e a possibilidade de reunir um grupo de colegas empenhados na mudança, para integrar uma lista e concorrer às eleições. Vencemos e em Março de 2008 passamos a integrar os corpos sociais da APEEER, sendo, eu próprio, o seu 8º Presidente.

Logo em Abril de 2008 teve lugar a primeira reunião dos novos corpos sociais e a partir daí, com as ideias em ebulição, com grande entusiamo que foi contagiando outros, com muita disponibilidade de todos, com muita ”carolice”, com forte sentimento de responsabilidade profissional e capacidade de acreditar, foi possível imprimir uma nova dinâmica quase a “partir do zero”. A nova e actual denominação APER (Associação Portuguesa dos Enfermeiros de Reabilitação), mais simples, mais ágil, mais adequada é também um sinal desta mudança.

Se por um lado foi necessário descobrir e reorganizar um conjunto de registos antigos que enformavam e davam caracter legal à própria Associação, por outro lado foi necessário adoptar uma estratégia de crescimento, revitalização, modernização e sustentabilidade da sua organização interna mas também da sua pertinência e visibilidade junto dos colegas e dos diferentes atores da saúde.

E muito trabalho foi feito, nomeadamente:

  • Atualização e clarificação da situação legal, financeira e patrimonial.
  • Atualização e reestruturação da base de dados dos sócios (existiam 360 sócios em Março de 2008 e no fim de 2011 o número de sócios da APER já era de 1067).
  • Informatização de todos os registos/informação.
  • Criação de um endereço de correio eletrónico e um Site da Associação que disponibiliza toda a informação aos sócios e permite receber os seus contributos/críticas/sugestões (www.aper.com.pt).
  • Publicação digital e em papel de uma newslleter (APERinfo).
  • Realização de diversas reuniões para apresentação da “nova”  APER (Ordem dos Enfermeiros, Director-Geral da Saúde, Chief Nursing Officer, Presidente do Instituto Nacional para a  Reabilitação, Missão Para os Cuidados de Saúde Primários, Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados, etc…).
  • Colaboração com a Comissão e a Mesa do Colégio de Especialidade da Ordem dos Enfermeiros em diversos documentos, nomeadamente no âmbito da definição das competências específicas do EER, dos Padrões de Qualidade para a especialidade e dos Guias Orientadores de Boas Práticas.
  • Estabelecimento de diversas parcerias e actividades em colaboração com, por ex., a Fundação Portuguesa do Pulmão, a SOSReabilita, Corpo de Voluntários da Ordem de Malta, Sinais Vitais.
  • Publicação de vários artigos digitais/em papel e panfletos de divulgação da APER e de informação técnico-científica.
  • Criação de uma base de Recursos “on-line” – Trabalhos de Enfermagem de Reabilitação.
  • Criação de um conjunto vasto de grupos de trabalho/interesse (GTI) em diversas áreas da especialidade, para colaborar com a APER e onde têm participado muitos colegas realizando trabalho de índole técnica e científica.
  • Concursos de fotos e filmes para a criação de um banco de imagens, divulgação da especialidade.
  • Realização de 4 congressos, todos eles “momentos altos” da APER e da Enfermagem de Reabilitação.

O Primeiro, em Coimbra, onde estiveram 500 enfermeiros, o segundo em Espinho que reuniu 600 enfermeiros, o terceiro realizado na ilha da Madeira e que, mesmo assim reuniu quase 500 Participantes e, no fim de 2011, em Oeiras, o 1º Congresso Internacional com a participação da Presidente da ARN-EUA Enf Susan Wirt e da Enf Ana Cristina Mancussi da Universidade São Paulo – Brasil e que reuniu, também, à volta de 500 Enfermeiros.

Cada um destes congressos representou momentos de aprendizagem, de partilha e de encontro. Oportunidades para divulgar o trabalho realizado, perscrutar novas áreas de interesse mas também para congregar o apoio e a envolvência de todo um grupo profissional que tem dispensado os maiores encómios a esta nova dinâmica e que em si constitui, também, um forte estímulo para continuar e fazer ainda mais e melhor.

Em todos estes Congressos foram envolvidas as mais diversas entidades (Ministério da Saúde, DGS, INR, Camaras municipais, Universidades, Instituições Hospitalares, empresas de produtos médicos e medicinais, entidades privadas locais) bem como foi estabelecida uma grande abrangência nos temas tratados, rigor na sua organização científica e social e uma vasta multiplicidade de espaços e oportunidades de participação (pósteres, comunicações livres, concursos, workshops, almoços e jantares de trabalho, exposições, etc…).

Realçar ainda que estes congressos coincidiram com a comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, efeméride que mereceu a maior atenção da APER e no âmbito da qual se desenvolveram um conjunto alargado de atividades, de envolvimento e participação direta da APER e dos congressistas com as populações locais, de caracter científico, cultural e desportivo e com resultados muito positivos na área da intervenção técnico-científica, do convívio e da visibilidade.

E como foi possível este renascimento das cinzas?

Com a capacidade de motivar e envolver os outros, com a definição de objectivos e actividades significativas para o grupo, com a criação de espaços e relações onde as pessoas se identificam e sentem bem, com a criação e potenciação de uma vasta rede de contactos e colaboradores (pessoais, particulares e institucionais), com a disseminação da informação e o recurso às novas tecnologias, com visão estratégica e sem medo de avançar, com muito trabalho, muito empenho e a competência técnica, científica e relacional para promover o melhor que cada um sabe e pode dar em prol das pessoas, do grupo e da melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem de reabilitação.

Este foi um ciclo que terminou mas deixou raízes no presente e sementes para o futuro. Tenho a certeza que o novo ciclo que se abre vai continuar a merecer todo o apoio dos colegas e será um pilar fundamental no desenvolvimento da Especialidade e na superação dos desafios que se adivinham.

O meu obrigado a todos os que comigo colaboraram e foram capazes de construir esta “dream team”.

Os meus votos do maior sucesso para a Enf.ª Isabel Ribeiro e toda a equipa que com ela vai continuar na senda do futuro, do crescimento da enfermagem de Reabilitação e da APER.

Conto com eles como eles sabem que podem sempre contar comigo.

Belmiro Rocha

ORGULHOSAMENTE ENFERMEIROS DE REABILITAÇÃO