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Crianças diabéticas – Clube LifeJunior

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LifeJunior” dá-lhes alegria de viver com muitas acções educativas, culturais e desportivas…

Mário Santos
Enfermeiro e Jornalista

Ser diabético em Portugal, não é nada fácil e quando a situação se trata de uma criança, os problemas tornam-se muito maiores. São as dificuldades em controlar os valores da glucose nos primeiros tempos, da nova doença por parte dos progenitores, depois vem um alterar de hábitos diários porque a criança necessita de quem lhe faça a pesquisa de glicemia capilar e administração de insulina, necessária quase sempre.

E se o problema passa a ser complicado porque requer uma aprendizagem por parte dos pais em manusear equipamentos e insulinas, cedo surgem outros problemas…

“E como vai ser na escola, será que o aceitam? Estão os professores preparados para enfrentar alunos com diabetes? E se surgir uma hipoglicemia? E agora como é que o nosso filho vai brincar e com quem? Quem vai explicar-lhe e dar testemunhos de outras crianças da mesma idade para poder ultrapassar esta fase…”

Porque a Johnson & Johnson, nunca esqueceu os diabéticos em Portugal tem a decorrer, desde 2002, programas que ajudam a ultrapassar todas estas situações e onde as crianças também não foram esquecidas. Nesta reportagem vamos abordar o clube LifeJunior.

O LifeJunior pode ser considerado um clube de amigos, constituído por jovens de “tenra” idade, e que têm em comum uma particularidade – a mesma patologia – a diabetes. Têm como base de suporte a companhia internacional Johnson & Johnson, que apresenta em Portugal diversos programas direccionados quer para os mais pequenos, quer passando pelos adolescentes e ainda o chamado ClubSenior, vocacionado para os diabéticos menos jovens… Nestes programas ninguém foi esquecido e quem fica enriquecido são os próprios utentes, que podem usufruir de muita informação e satisfação quer no campo da arte, lazer ou desporto.

Relativamente ao ClubeJunior, aquele que nos reportámos, foi criado em 2002, fruto da preocupação crescente dos problemas que arrasta a diabetes quer aos jovens quer aos seus pais e familiares. O LifeJunior tem por objectivo proporcionar um espaço interactivo com crianças e adolescentes diabéticos onde se aborda a diabetes de uma forma lúdica (exemplo de jogo de temas, desenhos, sopa de letras, objectos escondidos e outros), que fazem parte de uma publicação periódica, enviada aos seus associados, e muito participada, ao que a nossa reportagem soube junto da Marina Brito, responsável pelo programa LifeJunior. Sublinhou ainda esta responsável, que em 2003, desenvolveram um programa denominado o 1º Encontro LifeJunior onde juntaram um grupo de adolescentes, respectivos pais e a equipa de diabetologia do Hospital de Torres Vedras com resultados francamente positivos, pois permitiu aos adolescentes a prática de um desporto em equipa, que consistiu na descida do Rio Lizandro em jangada, incluindo a construção das mesmas. Aos pais coube uma “discussão” sobre temas específicos levantados pelos próprios adolescentes e com resposta e informação por parte de profissionais (médica, enfermeiras e psicóloga).

“Este programa que nasceu há sensivelmente três anos, de uma forma serena tem acompanhado cerca de 1000 crianças/adolescentes cujos testemunhos nos fazem concluir que este espaço «neutro», onde se aborda a diabetes sem falar de diabetes, (ou seja, sem aflorar a parte terapêutica e educacional que é – naturalmente – o campo de acção da equipa de profissionais de saúde que os acompanha) lhes permite debruçarem-se sobre o tema de uma outra perspectiva” – referiu Marina Brito.

Um espaço «neutro»

O LifeJunior nasceu de um princípio muito simples: ouvir as crianças e adolescentes diabéticos, dar-lhes a voz e o espaço onde pudessem falar sobre o que sentem, os conhecimentos que têm, as dúvidas que vão surgindo com o decorrer do tempo. É um espaço meramente lúdico ou que pode servir para expressarem, de uma forma solta e despretensiosa, os seus “desabafos” e sugestões, assim como os ensinamentos de cada diabético.

“Para conhecer a realidade de quem vive diariamente com a diabetes nestas faixas etárias há que lhes dar a latitude para que nos queiram abrir a sua janela e deixar-nos olhar” – frisou Marina Brito.

E a nossa interlocutora afirma que esta interacção com crianças e adolescentes pode – sem ser redutora – restringir-se a uma mera troca periódica de passatempos que abordam a diabetes e os fazem, por alguns momentos, debruçar-se sobre a sua doença de uma outra perspectiva. “Mas muitas vezes ultrapassa estas fronteiras e descobrimo-nos frente a uma mar de sábios que nos transmitem os seus conselhos e a mensagem que todos queremos positiva: «A diabetes não te impede de seguires os teus sonhos». Portanto como se pode constatar são eles os mais pequenos que nos acabam por mostrar que afinal a vida é igual, mesmo vivendo numa realidade um pouco diferente, mas que com querer tudo é ultrapassável”.

50% dos Professores desconhecem sintomas de hiperglicemia

Existem muitos receios e “medos” dos alunos diabéticos devido à falta de conhecimentos, da diabetes, por parte dos professores.

A nossa reportagem ficou com quatro frases, mais sonantes dos jovens com quem falámos; “explicar aos professores quando temos hipoglicemias é complicado”, “em época de exames a fome aumenta e não me consigo controlar”; “fazer os testes de pica no dedo é complicado, porque os colegas fazem sempre comentários” e “quando vou em visitas de estudo não sei onde dar a insulina, não há locais apropriados”.

De facto estes são alguns desabafos que são uma autêntica realidade de crianças e adolescentes. E se associarmos um “estudo” de um agrupamento de alunos, que fizeram de “Repórter por um dia” com idades compreendias entre os 6 e 12 anos onde se propunha uma entrevista a um professor, pai/mãe e outros familiares sobre diversas questões sobre a diabetes, mas tendo para efeitos de “estudo” o conhecimento dos visados relativamente aos valores da glicemia – “Quando os valores estão altos, que sintomas provocam?”

O espanto vem dos professores (maioria do ensino primário) que lidam com crianças e adolescentes, onde apenas 50% do universo deste “estudo” (supervisionado por técnicos de saúde da LifeScan), responderam correctamente.

Quanto aos pais cerca de 95% estava informada e outros familiares ficaram-se pelos 80%.

A nossa reportagem abordou uma professora primária a leccionar no concelho de Matosinhos e colocou-lhe a mesma pergunta do citado “estudo”. Apesar de ser uma jovem professora diz desconhecer totalmente os sinais e sintomas, “por isso os pais destes alunos, devem sempre alertar os professores do que se passa com cada crianças e as medidas a tomas nestes casos”.

Depois desta reportagem ter sido elaborada cumpre-nos informar que as crianças e adolescentes deveriam ter á disposição mais LifeJuniores, pois só assim poderemos melhorar a qualidade de vida daqueles que num futuro próximo serão as nossas “ajudas”.

E não nos esqueçamos dos números: existem actualmente mais de 151 milhões de pessoas com diabetes em todo o mundo, e a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que este número aumente para os 300 milhões até 2025. Apenas vinte anos nos separam da duplicação de casos de diabetes. E cerca de 50% de todas as pessoas com diabetes ainda não sabem que a têm.

E para as crianças e adolescentes que queiram participar nestes eventos da Johnson & Johnson, através do LifeJunior, pode fazê-lo através de uma linha telefónica gratuita com o nº 800201203 ou por mail: info@lifescanportugal.com.