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Bolonha: oportunidade de se reflectir sobre a educação em enfermagem

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Este artigo pretende servir de mote para o debate acerca das consequências do processo de Bolonha, nomeadamente no ensino da Enfermagem

Os colegas podem dar a vossa opinião ou colocar as vossas dúvidas à Prof. Ana Queiroz no Forum, clicando aqui.

INTRODUÇÃO:

O movimento de inovações na área de formação de recursos humanos em enfermagem, agregado ao desenvolvimento teórico e prático que vem ocorrendo, a reflexão sobre os desafios a serem ultrapassados, indicam-nos que a enfermagem se encontra num momento de intenso questionamento dos seus paradigmas, buscando alternativas de solução para os seus problemas emergentes e, desta forma, remete-nos para um novo tempo com a incorporação de novos paradigmas.

Embora haja diferenças nos propósitos de ensino na formação dos profissionais de enfermagem, é importante que a finalidade da profissão seja mantida unificada em termos dos seus valores, para que a enfermagem se diferencie do modelo que tem questionado. Diante disso, torna-se necessário dar vida a novas formas para que a sua arte e a sua ciência não se distancie da ciência e arte do saber, do fazer, do conviver, do ser, em que acreditam os seus profissionais.

É importante que se procurem as posições e ou recomendações de organizações nacionais e internacionais que vêm impulsionando as discussões e reflexões sobre a formação de recursos humanos na enfermagem, consciencializando e sensibilizando os actores para assumirem o compromisso e a responsabilidade na construção e implementação de modelos pedagógicos inovadores.

Acreditamos que, medidas reguladoras e de avaliação deverão ser desenvolvidas e aplicadas para assegurar a qualidade e a responsabilidade na educação e na prática como as tendências para a diversificação, descentralização e a contínua auto-avaliação. A tomada de decisão deve ser baseada na análise e síntese de informações quantitativas e qualitativas. São necessárias redes de comunicação internamente e entre países para disseminar informações, dividir novos conhecimentos e promover abordagens multidisciplinares/interdisciplinares para a melhoria dos cuidados de saúde em geral e de enfermagem em particular. Devem ser identificados líderes e promovidas as ligações entre os educadores, administradores, profissionais do exercício e investigadores para que a enfermagem possa contribuir nas mudanças que estão a ser introduzidas no sector da saúde.

I. Os Novos Paradigmas do estudante

1. O estudante constrói o seu conhecimento. No entanto é necessário tomar cuidado com o individualismo que tem crescido na sociedade contemporânea.
2. O estudante é considerado com um cliente em formação continuada.
3. O estudante é responsável pela aquisição de novos conhecimentos.

II. Os Novos Paradigmas do Professor

1. O Professor, mais do que nunca, precisa ser visto e actuar como um guia-conselheiro: Um facilitador do processo ensino-aprendizagem.
2. O professor precisa estar em actualização continuada. O aperfeiçoamento da prática docente é vital para o exercício da docência.
3. O professor precisa realizar uma mudança constante na selecção de conteúdos, a partir da realidade vivencial em que se encontra com os seus estudantes.
4. O professor precisa estar em constante aperfeiçoamento e deve habilitar-se nos usos dos diversos de instrumento modernos.

III. Os Novos Paradigmas da Escola

1- O mundo contemporâneo é cada vez mais complexo e exigente, portanto as mudanças são cada vez mais profundas, e assim deve proceder a escola, não por fora, por nomenclatura ou somente de comportamento, mas mudanças de mentalidade.
2- A Escola precisa estar equipada para atender as diversas exigências da modernidade e promover competências diferentes para toda a comunidade escolar.
3- A escola precisa assumir o seu papel de adquirir e desenvolver o espírito crítico e a auto-estima do estudante.
4- A Escola precisa criar ambientes físicos que favoreçam trabalhos de grupo, diferenciados e simultâneos.
5- Na era da Cibernética, a escola não pode estar de fora. A Escola precisa investir em ambientes informatizados.

IV. Os Novos paradigmas do Ensino

1- As diversas abordagens psicopedagógicas promovem os seus realces, de acordo com seus apologistas, mas com certeza a relação ensino/aprendizagem precisa ter em conta as múltiplas “inteligências” dos estudantes.
2- O ensino precisa ser dinâmico e formador de opinião. A ênfase precisa ser no ensinar a interpretar e a julgar. O ensino precisa ser mais formativo que informativo, pois para isto os estudantes têm outros recursos além da escola.
3- O ensino precisa ser informatizado, pois os recursos estão aí para serem “usados e abusados”, com propósitos bem delineados pela realidade de cada grupo.
4- O Ensino precisa ser Interactivo, isto é ser conjugado com imagens, gráficos e sons.
5- O ensino precisa apresentar um outro tipo de informação. A informação apresentada deve ser não-linear e não sequencial, para isto temos os Média Interactivos.
6- O ensino precisa oferecer recursos para o estudante procurar informações em meios e fontes tradicionais e electrónicas.
7- O ensino precisa de uma visão globalizante. O estudante precisa compartilhar conhecimentos com colegas em locais diferentes do mundo, ou seja, com outras culturas.
8- O ensino precisa apresentar uma nova proposta curricular: visão holística, múltiplas inteligências, integração de conhecimentos (interdisciplinaridade), etc.