PARTE II – A Enfermagem e as Organizações reguladoras da profissão
“2) São atribuições da Ordem:
Zelar pela função social, dignidade e prestígio da profissão de enfermeiro, promovendo a valorização profissional e científica dos seus membros. (…)
Colaborar com as organizações de classe que representem os enfermeiros em matérias de interesse comum, por iniciativa própria ou por iniciativa daquelas organizações.”
Estatuto da Ordem dos Enfermeiros (1998)
“1 – Defender a Profissão nas várias vertentes, quer gerais quer individuais.
2 – Aproximar a actividade sindical de todos os Enfermeiros e Enfermeiras visando a defesa de melhores condições económicas, sociais, profissionais e segurança.”
http://www.enfermeiros-sipe.com/index.php?option=com_content&task=view&id=3&Itemid=5
Estas palavras são proferidas pelas Organizações que gerem a profissão de Enfermagem, seja pela vertente da regulamentação do exercício profissional ou pela defesa dos direitos dos profissionais em termos de carreira e condições laborais (entre outras). No barómetro FórumEnfermagem (FE) procurou-se obter a opinião dos participantes sobre o desempenho destas organizações, uma vez que depende destas, em grande parte, a definição de estratégias que permitam o crescimento e a defesa da profissão no País (entre outros assuntos). Os Enfermeiros participantes, naturalmente preocupados com o não reconhecimento das suas competências profissionais (como se observou na primeira parte deste relatório) e consequente retribuição económica (“… 98% não reconhece que o salário auferido reflicta o risco, responsabilidade e penosidade profissionais …”), estagnação total da carreira e desinvestimento agravado na profissão pelo estado e sociedade (incapacidade de progressão profissional, não reconhecimento e colocação de enfermeiros especialistas e gestores, ausência deliberada de enfermeiros nos locais de decisão ao nível da gestão e política de saúde), exprimem agora a sua percepção sobre as organizações que os regem, sobre o que consideram ter sido o seu desempenho nos últimos anos.
Exprimem igualmente uma percepção sobre um dos componentes fundamentais da esfera dos cuidados de Enfermagem: os registos. Devem estes manter a sua essência anterior, ou devem inovar e acompanhar as novas tecnologias, aproveitando-as para gerar indicadores que reflictam objectivamente o verdadeiro trabalho dos Enfermeiros?
Finalmente, e de forma complementar, são indicadas sugestões de melhoria ao barómetro, como inclusão de novas personalidades, assim como de sugestões de todos os participantes (agrupadas em categorias) sobre novas medidas reivindicativas.
Tal questionamento não pode e não deve ser considerado como negativo. Deve antes ser visto como uma oportunidade de repensar atitudes, comportamentos e condutas, de reflectir sobre o futuro da carreira e métodos de comunicar eficazmente com os enfermeiros. Mais uma vez, somos confrontados com uma oportunidade de crescer positivamente, de participar activamente na construção daquela que sabemos ser das profissões mais importantes no âmbito dos cuidados de saúde em Portugal.
Relembra-se o(a) leitor(a) que “…o barómetro foi publicado no Forumenfermagem.org, apenas acessível a utilizadores registados, de 16 a 30 de Abril de 2010, após publicitação em newsletter e diversos blogues, obtendo-se no final cerca de 974 respostas. “