A AGIR – Associação para a Investigação e Desenvolvimento Sócio-cultural, associação profissional sem fins lucrativos, com sede na Póvoa de Varzim, levou a efeito no passado dia 9 e 10 de Setembro de 2005, o I Congresso Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade, no Auditório Ilídio dos Santos, em Cabeceiras de Basto.
Violência Doméstica, Alcoolismo, Toxicodependência, Intervenção Comunitária e Envelhecimento foram alguns temas abordados…
Mário Santos Enfermeiro e Jornalista |
A AGIR – Associação para a Investigação e Desenvolvimento Sócio-cultural, associação profissional sem fins lucrativos, com sede na Póvoa de Varzim, levou a efeito no passado dia 9 e 10 de Setembro de 2005, o I Congresso Internacional de Saúde, Cultura e Sociedade, no Auditório Ilídio dos Santos, em Cabeceiras de Basto.
O evento contou com a presença de mais de uma centena de especialistas das áreas das ciências sociais, medicina, enfermagem, fisioterapia, entre outras. Muitos foram os temas de saúde abordados e que ultrapassou em larga escala as expectativas mais optimistas da organização.
“Contávamos com uma grande afluência de participantes, até porque apresentamos um painel de grandes nomes das Ciências Sociais, mas superou em larga escala as expectativas… Ainda bem, porque este foi o primeiro passo para se pensar no II Congresso Internacional sobre esta temática…” – referiu à nossa reportagem o presidente da direcção da AGIR, Dr. Fernando Cruz.
Durante dia e meio discutiu-se a saúde do ponto de vista das ciências sociais, uma vez que quer a cultura, quer a sociedade influenciam o binómio saúde/doença quer ao nível da prevenção, tratamento ou qualidade de vida.
Segundo o presidente da Comissão Organizadora, as actas do Congresso já foram publicadas, as quais contam com 25 comunicações distribuídas pelas seguintes temáticas: medicina tradicional versus medicinas alternativas, violência, drogas e alcoolismo, intervenção comunitária, envelhecimento e deficiência, doenças sexualmente transmissíveis, prevenção e educação, hábitos sócio-culturais e o papel dos meios de comunicação.
Presentes neste evento de grande importância, estiveram o representante do Presidente da Câmara local, da Sub-Região de Saúde de Braga, em representação do Ministro da Saúde, o Vereador do Pelouro do Ambiente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Bastos, Dr. Jorge Machado, entre outras individualidades.
Mas se muitos foram os temas debatidos, destacamos o painel da “Violência Doméstica, Toxicodependência e Alcoolismo: A experiência da Associação Reaprender a Viver, Bragança, que teve como oradores Augusta Branco da Escola Superior de Saúde de Bragança e Fernando Pereira da Escola Superior Agrária de Bragança, ambos em representação da citada associação transmontana. Neste painel a palavra-chave era de facto a família no seu todo, a minimização de danos e a prevenção de riscos.
“Reaprender a Viver” relacionados com as problemáticas da violência doméstica, toxicodependência e alcoolismo na cidade de Bragança; constituir-se como um elemento de reflexão sobre a complexidade e interligação destas problemáticas na sociedade em geral mas sobretudo na “intimidade” dos agregados familiares.
O enquadramento teórico inspira-se nos ensinamentos do Integracionismo Simbólico e da Grounded Analysis Theory, que permitem a compreensão profunda dos fenómenos sociais”.
Também as crianças foram alvo de uma profunda reflexão com o Dr. Paulo Delgado, da Universidade Portucalense, Porto, a desenvolver um tema que a todos prendeu a atenção, até pelo título da sua intervenção, “De pequenino se torce o Destino”.
“O estudo que se apresenta interroga conceitos como a responsabilidade e a participação, num contexto em que a primazia é atribuída à soberania individual. A promoção da condição da pessoa envolve a criança e o jovem, considerado como nunca antes o fora como sujeito de direitos, activo, responsável e a quem devem ser garantidas as condições necessárias para participar nas decisões que afectam a sua vida. Neste domínio há muito por fazer. Na família e no desempenho parental, que continua a basear-se no autoritarismo ou na ausência de autoridade, como sucede de forma crescente” – referiu o Dr. Paulo Delgado.
No campo da saúde propriamente dita, muito se falou com eventual destaque para o painel “Prevalência da co-infecção tuberculose no doente com VIH – Dilar Costa e Cátia Tomáz, Hospital de Santa Maria. Estes dois especialistas abordaram a temática das doenças contagiosas, alertando para o facto da tuberculose Pulmonar, algo que ainda coloca algum medo em algumas pessoas, menos informadas.
“A probabilidade de um indivíduo infectado pelo HIV desenvolver a doença (TB) após a exposição ao bacilo de Koch, é maior do que a de um indivíduo não infectado. Por outro lado, o bacilo activa a replicação do VIH, acelerando a progressão do quadro clínico da SIDA. No entanto, sabe-se que a tuberculose é uma doença curável, desde que seja realizado um diagnóstico correcto em tempo útil e preventivo”.
É o terceiro evento internacional que a AGIR organiza este ano, tendo já em preparação o III Congresso Internacional de Investigação e Desenvolvimento Sócio-cultural que irá decorrer este mês, entre os dias 27 e 29 de Outubro de 2005, no Museu de Fotografia, em Elvas. Todos os interessados neste evento poderão obter mais informações pelo telefone n.º 252 684 890, ou por mail: agir@oninet.pt