Na criança com um ano de idade o contacto com os diferentes alimentos, a prova e o contacto com novas texturas pode iniciar um processo de conhecimento dos alimentos numa idade precoce o que no final se torna benéfico.
Encontro de Enfermagem Pediátrica 2008
Sensibilizar, Actualizar, Inovar…
6 e 7 de Março de 20008
Este encontro decorreu nos passados dias 6 e 7 de Março, na sala da Aula Magna da Faculdade de Filosofia de Braga. Teve como principal objectivo colocar em debate alguns temas pertinentes para os profissionais de saúde visando sempre uma melhoria dos seus desempenhos.
Os objectivos específicos deste encontro eram os seguintes: compreender as necessidades e intervenções de enfermagem decorrentes dos problemas de saúde da criança na actualidade; partilhar experiências de trabalho dos profissionais de saúde em pediatria; contribuir para a melhoria dos cuidados de enfermagem e proporcionar espaços de reflexão e debate. Os trabalhos foram iniciados com a Conferência I subordinada ao tema: Alimentação na Criança de Risco Alérgico, ficando esta a cargo de Henedina Antunes, Pediatra responsável da Consulta de Gastrenterologia e Hepática – Nutrição do Hospital de São Marcos (H.S.M). Os principais pontos abordados pela conferencista prendem-se com as novas directrizes para a alimentação da criança até 1 ano de idade e com a prevenção do risco atópico nos primeiros meses de vida. A pediatra não considerou justificável a prevenção após os 6 meses de idade. No que concerne à alimentação, o uso exclusivo do leite, materno ou artificial, como alimento até aos 6 meses de idade previne o risco atópico. No caso do leite artificial, o leite hidrolisado, ou extensamente hidrolisado, diminui ainda mais o risco da doença. No entanto, o ideal será o leite materno e, mais importante ainda, a proximidade que a criança estabelece com a mãe durante a amamentação, pois a flora da mãe em contacto com a flora da criança previne a atopia. A partir dos seis meses a criança deverá começar a diversificar a alimentação, com as precauções devidas. |
O Painel I esteve subordinado ao tema: O Recém-Nascido de Alto Risco – Articulação de Cuidados.
A Conferência II subordinada ao tema: Valorização da dor na criança, foi da responsabilidade de Ananda Fernandes, Professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e Mestre em Ciências de Enfermagem e Gina Reis, Mestre em Ciências de Enfermagem e Responsável pelo projecto de Formação e Investigação e Desenvolvimento da Prática de Cuidados à Criança com Dor – Hospital Pediátrico de Coimbra.
Os principais pontos abordados pelas palestrantes estiveram relacionados com a dor causada ao Recém-Nascido (RN) logo após o nascimento. No RN de termo a dor pode ser causada por vários factores: administração da vitamina K na maternidade; traumatismo obstétrico; vacinação no primeiro ano de vida; teste de Guthrie (teste do pezinho) e fome.
No entanto, os RN pré termo ou os de termo que se encontram doentes, podem experimentar outros tipos de dor:
a dor aguda, que se prende com os procedimentos minor (venopunções, aspirações traqueais, ou presenças de sondas) e com os procedimentos major (entubações, presença de drenos pleurais, cirurgias, punções lombares, entre outros);
a dor persistente, de procedimentos técnicos como a ventilação ou a presença de fissuras perianais.
O enfermeiro dos cuidados pediátricos deve reconhecer os sinais que a criança dá relativamente à dor que experiencia: os indicadores comportamentais (sobrancelhas franzidas, olhos cerrados, prega naso-labial, lábio aberto e boca em “O”) e os indicadores posturais (arqueamento e punhos cerrados).
Foi salientado que os enfermeiros possuem ao seu dispor uma gama de escalas de avaliação da dor, tanto no recém-nascido como na criança que, quando usadas, permitem uma identificação e classificação da dor.
Como foi debatido nesta conferência, após a identificação da dor (que na escala numérica: dor igual ou superior a 5), podemos adoptar determinados comportamentos que a minimizem, e foram dados como exemplo:
Punção Venosa e Sonda nasogástrica
- Sacarose 24% e glicose a 30% (0-1 ml – 1 ml) e Chupeta
Colheita para o teste de Guthrie
- Preferencialmente deve ser feita uma punção venosa em vez da tradicional picada do pezinho
- Sacarose 24% e glicose a 30% (0-1 ml – 1 ml)
- O dispositivo a usar, no caso da picada, deve ser automático (lanceta retráctil)
Vacinação
- Até aos 18 meses administração na coxa, no vasto lateral e Chupeta
Procedimentos Major
- Sacarose
- EMLA- anestésico tópico
- Lidocaína, Morfina e Fentanil
Procedimentos Minor
- Paracetamol, Morfina e Fentanil
Foi realçada a parceria entre o Hospital Pediátrico de Coimbra e a Escola Superior de Enfermagem, que permite o desenvolvimento de vários projectos, entre eles um que teve por base a monitorização da avaliação da dor, com o objectivo de identificar os aspectos a melhorar na prática diária.
A moderação desta conferência foi da responsabilidade de Graça Aparício, Professora Adjunta da Escola Superior de Saúde de Viseu e Mestre em Ciências da Enfermagem.
A Obesidade Infantil – Controvérsias e desafios foi o tema do Painel II que contou com a presença Emília Duarte, Professora Adjunta da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica e Mestre em Ciências da Educação, como moderadora.
Nele participaram Sandra Lourenço, Nutricionista do Centro de Saúde de Braga; Diana Silva, Docente da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto e Nutricionista do U.A.G da Mulher e da Criança no H.S.J; Paula Santos, Docente da Faculdade de Desporto e Coordenadora do Programa ”ACORDA”.
Os principais pontos debatidos estiveram relacionados com a alimentação excessivamente energética e com a baixa actividade física das crianças. São de diversa ordem os factores que estão relacionados com a obesidade: genéticos, metabólicos e ambientais. Relativamente a estes últimos, estudos comprovam que se na estrutura familiar um dos pais for obeso, a criança tem 28% de hipóteses de desenvolver a doença, no entanto, se ambos os pais foram obesos a percentagem aumenta para 80%, nas famílias monoparentais o risco associado é de apenas 7%. Estes valores estão directamente relacionados com os hábitos da estrutura social e familiar. O pouco tempo que os pais têm para cozinhar e dedicar aos seus filhos; na escola, as refeições desequilibradas e os refeitórios pouco aprazíveis, os recreios pouco atractivos, a pouca prática de actividade física e um deficiente ensino das práticas de alimentação e nutrição levam a valores como os que já foram referidos.
Os alimentos são muitas vezes considerados como fonte de prazer, gestores de stress, um objecto para ocupação do tempo livre ou até mesmo apaziguadores da tristeza, por este motivo, e como foi referido neste painel podemos identificar o estereótipo do “menino gordo”: são crianças tristes ou “bem-dispostas”, criticadas pelos pais, pouco atraentes e inadaptadas socialmente, com baixo rendimento escolar e preguiçosos.
Face ao exposto, e sendo a obesidade infantil uma responsabilidade civil, é importante integrar a família e não só a criança no tratamento, se o exemplo em casa for de sedentarismo não podemos pedir as crianças que tenham vontade de praticar exercício físico. A obesidade infantil é de difícil tratamento, por isso a grande aposta é feita na prevenção. Na criança com um ano de idade o contacto com os diferentes alimentos, a prova e o contacto com novas texturas pode iniciar um processo de conhecimento dos alimentos numa idade precoce o que no final se torna benéfico.
Quando o controlo alimentar não é suficiente, é importante a realização de actividade física, nada como colocar pais e filhos juntos nessa actividade, como se verifica no programa “ACORDA”. O objectivo fica então cumprido quando os pais se consciencializam da importância de também eles se cuidarem.
É de realçar ainda a abordagem feita nas escolas, promotoras da saúde, que fomentam as formações relacionadas com a saúde, as campanhas de vacinação, a realização de actividades, entre outras coisas… A realidade das escolas promotoras da saúde não se encontrava ao alcance de todos, neste momento em praticamente todo o país existem estas escolas. As áreas de intervenção vão desde a alimentação até ao consumo abusivo de álcool e drogas.
No Painel III foi subordinado ao tema: Diabetes Infantil – Do diagnóstico à aceitação.
Os principais pontos abordados neste painel foram a doença crónica e a adesão ao regime terapêutico. A doença é um assunto de família e após o seu diagnóstico assiste-se a uma destabilização familiar. Os relatos da reacção à noticiada doença são muito semelhantes entre os indivíduos, mesmo falando de doenças diferentes que apenas têm em comum o facto de serem crónicas.
Após o diagnóstico e estabilização, a família necessita de ser conduzida num processo adaptativo, no qual não podemos descorar os potenciais recursos que existem para lidar com a doença. A aceitação da doença, o dia-a-dia com a criança, a rápida resposta às necessidades de desenvolvimento da criança, o saber lidar com o stress constante e crises periódicas, o apoio à restante estrutura familiar, a cedência de informação relativa à doença e o estabelecimento de estruturas de apoio, constituem medidas adaptativas eficazes que cada profissional deve ter presente na sua prática diária.
Um inquérito aplicado a mães cuidadoras de crianças com idade aproxima dos 12 anos e com diagnóstico da doença feita há pelo menos 5 anos, demonstrou que a doença em si não é o mais importante mas sim o facto de ter um carácter crónico. As necessidades mais manifestadas foram sem dúvida a preocupação do acompanhamento do seu filho, a aquisição de mais informação sobre a doença e serviços de que dispunham actualmente e no futuro.
De salientar ainda que a doença crónica é uma companhia ao longo da vida. Quando falamos em adesão ao regime terapêutico as crianças apreendem melhor e mais rápido do que os adultos, ajudando assim a superar esta fase de impacto da doença. O papel do enfermeiro é fundamental para ajudar a família a redireccionar-se no sentido do esforço que tem que fazer. Quanto melhor o suporte familiar, melhor a reacção ao tratamento.
No segundo dia de encontro, o Painel IV com o tema: Asma Abordagem Global, ficou a cargo de Lígia Lima, Professora Coordenadora na Escola Superior de Enfermagem do Porto e Licenciada em Psicologia e de Augusta Gonçalves, Assistente Hospitalar da Pediatria e Responsável pela Consulta Externa de Patologia Respiratória do H.S.M.
Numa patologia como é a asma, a avaliação familiar, a avaliação da adaptação da criança e a qualidade de vida, são aspectos preponderantes para a caracterização da criança asmática. Muitas vezes são crianças mais negativistas, menos persistentes nas suas atitudes, são ansiosas e muitas delas deprimem. O tratamento precoce é o mais indicado, mas outros aspectos devem ser levados em consideração, como, a educação familiar, o controlo ambiental, a terapêutica sintomática, a monitorização da gravidade e se necessário a reeducação da função respiratória.
Existe ainda o estigma de que a criança portadora de asma não pode praticar exercício físico ou actividade física pois isso irá agravar o estado da sua doença. Estudos recentes comprovam que a criança com asma pode praticar exercício físico desde que não se encontre num período asmático sintomático. Existem actualmente novos componentes que combatem as crises de asma e que usados antes do exercício previnem o ser aparecimento. Foi ainda mencionado que nas escolas deveriam ser criados protocolos de actuação face a uma crise, pois o modo de actuação não é do conhecimento de todos.
No seio familiar existe inúmeros aspectos que podem desencadear uma crise asmática, como os animais, alguns pós, um ambiente mais poluídos ou até mesmo as variações de temperatura, a alimentação pode também conduzir a algumas alergias, pelo que foi demonstrada através de um estudo realizado, que muitas famílias acabam por realizar ementas especiais tendo assim um grande poder adaptativo quanto à eliminação de produtos alérgicos.
Tal como foi exposto neste painel, a actividade física ou mesmo o exercício físico podem trazer benefícios à saúde das crianças asmáticas, desde que devidamente controlados. Verificou-se também que existe um grande hiato entre a realidade e a aplicação de determinados questionários, pois enquanto demoram o seu tempo a ser validados e publicados, toda a medicação para a asma sofre uma evolução.
O Painel V subordinado ao tema Cinesiterapia Respiratória na infância foi da responsabilidade de Sara Durães, Enfermeira Especialista de Reabilitação no Serviço de Neonatologia do Hospital de São Marcos e Ana Cristina, Enfermeira Chefe na Unidade de Lactentes do Hospital Maria Pia. Contou com a moderação de Conceição Costeira, Enfermeira Supervisora e Enfermeira Especialista em Reabilitação no H.S.M.
No RN, não é usual o uso da precursão, no entanto, quando aplicada são usados os 3 dedos médios da mão. Mas nem sempre se pode/deve usar a Cinesiterapia Respiratória (CR), algumas das contra indicações são as hemoptises, as arritmias, o enfisema e edemas pulmonares.
A CR permite a drenagem de secreções por gravidade, algumas das suas indicações são atalectasias, preparação pré-operatória, alterações musculares, doentes que não consigam iniciar a tosse ou nos casos em que esta não é eficaz. Esta técnica deve ser executada no período da manhã, antes das refeições ou após nebulizações.
Num segundo momento de tratamento, existe a necessidade do ensino da tosse, que nas crianças se consegue através da imitação, ou seja, as crianças conseguem reproduzir a chamada tosse dirigida (ampla e profunda, com contracções musculares e expiração de ar a alta velocidade), quando a criança não consegue ter uma tosse eficaz após uma inspiração profunda aplica-se pressão externa no hemitórax inferior (tosse assistida).
Cada infecção respiratória possui características específicas que podem ou não condicionar a aplicação de CR, como exemplo temos:
Bronquiolite – a CR esta contra indicada na fase inicial espástica não secretante;
Pneumonia – pode não requerer CR;
Fibrose Quística – deve iniciar CR logo após o diagnóstico, deve ser iniciado antes da ocorrência de broncorreia;
Displasia Bronco-Pulmonar – a CR não deve ser aplicada em RN que se encontrem debilitados.
O Painel VI com o tema: Criança, Saúde e Meio Ambiente, teve como moderadora Lurdes Gonçalves, Enfermeira Chefe e Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica no Centro de Saúde de Vieira do Minho. Nele participaramSandra Moreira, Helena Sacadura Botte, Secretária Geral da APSI e Técnica de Segurança Infantil; Arminda Azevedo, Enfermeira Especialista em Saúde Comunitária e Mestre em Bioética no Centro de Saúde de Famalicão; Raquel Veloso, Enfermeira Graduada e Mestre em ciências de Enfermagem no Centro de Saúde de Famalicão.
Os factores ambientais tais como os conhecemos podem funcionar de duas formas, a primeira como promotores de saúde e a segunda como factores de risco para a saúde. As estatísticas demonstram que 23% das doenças em qualquer faixa etária estão relacionadas com questões ambientais, sendo que 43% do número total de doenças recaem em crianças com menos de 5 anos de idade. As condições sócio económicas e os aspectos biológicos colocam as crianças numa posição de maior vulnerabilidade que a dos adultos, o seu sistema imunitário e metabólico é mais frágil, e tem uma exposição precoce e de maior duração.
O abastecimento/saneamento inapropriado, a poluição do ar, os químicos e as radiações são alguns dos exemplos que tornam as crianças mais vulneráveis ao ambiente. Torna-se imprescindível que o ambiente se torne saudável, que exista um controlo dos riscos a que a criança está exposta e uma correcta adaptação do ambiente evitando consequências graves e definitivas, acima de tudo uma partilha de responsabilidade. Podemos encontrar mais informação acerca da prevenção de acidente em http://www.apsi.org.pt/.
Além do ambiente, a descoberta da sexualidade na adolescência também é motivo de preocupação, pois os comportamentos de risco estão muitas vezes presentes a novidade, a curiosidade, o uso inadequado da contracepção e as relações promíscuas foram aspectos focados neste painel. É de salientar que também o álcool é motivo de inquietação, muitas vezes deparamo-nos com crianças e adolescentes com elevados níveis de consumo de álcool. Segundo o Projecto “A Máquina da Energia” (desenvolvido entre 2002/2004), a primeira bebida alcoólica é muitas vezes fornecida pelo pai, sendo este apontado também como principal causador de stress familiar.
O papel do Enfermeiro no Atendimento da Criança foi o tema da última Conferência (III), que teve como intervenientes Margarida Louro, Enfermeira Chefe e Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica no Centro de Saúde de Póvoa de Lanhoso e Maria Adelaide Ferreira, Enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica no serviço de Pediatria do H.S.M. A moderação ficou a cargo de Cristina Araújo Martins, Professora na Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian da Universidade do Minho, enfermeira Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica e Mestre em Estudos da Criança Promoção da Saúde e do Meio Ambiente.
Nesta conferência foi abordada a necessidade de cuidados cada vez mais especializados, direccionados para a criança mas também para a sua estrutura familiar. O enfermeiro torna-se num importante elo de ligação entre a instituição (de cuidados primários ou diferenciados) e os pais, estes na ausência do enfermeiro assumem-se como seus substitutos e promotores da saúde.
É recorrente os pais terem dúvidas e medos aquando internamentos inesperados, que só por si são causadores de tensão e stress, no entanto, deve ser-lhes apresentado o plano de cuidados da criança para que junto dela não exista a transmissão de uma preocupação pelo desconhecido.
A gravidade da doença, as experiências anteriores, a intensidade dos procedimentos, o próprio suporte familiar e as crenças, são tudo factores que vão influênciar a reacção, no entanto, a capacidade de reagir ao stress e o próprio diagnóstico acabam por influenciar. O acolhimento deve ser flexível e individualizado, pois pode por em causa todo o internamento.
A família e a equipa de profissionais de saúde trabalham assim para um objectivo comum, o da criança se sentir bem e com a menor dor possível devido às intervenções técnicas.
No final do encontro decorreu a entrega de prémios aos melhores trabalhos apresentados em forma de poster e comunicação livre, sendo os vencedores:
– A Complexidade da Dor na Simplicidade do Cuidar – Poster;
– A Dor e a Cor na Pediatria – Comunicação Livre
A Comissão Organizadora deste evento era formada por: Carla Gonçalo, Carla Nunes, Frederico Brandão e Paula Cunha; e faziam parte da Comissão Cientifica, Cristina Martins, Lurdes Gonçalves e Simão Vilaça. O evento contou com os apoios do Fórum de Enfermagem, da Saúde Agenda e da fse, formação e serviços em eventos, lda.