A presente edição da I Liga tem sido marcada, inevitavelmente, pelo grande número de ‘chicotadas psicológicas’, a culminar em sortes distintas para as várias equipas que mudaram de treinador, embora nem todas as alterações tenham acontecido pelos piores motivos.
A transferência de Ruben Amorim para o Manchester United, por exemplo, aconteceu por via do sucesso alcançado no Sporting, algo que conduziria, mais tarde, à escolha de Rui Borges, por força do trabalho desenvolvido no Vitória SC. Mas vamos a contas.
No que diz respeito à I Liga, a média de pontos do Sporting caiu de forma algo considerável – mais com o curto ‘reinado’ de João Pereira do que desde a chegada de Rui Borges -, assim como a do FC Porto (entre Vítor Bruno e Martín Anselmi, com um jogo de José Tavares pelo meio), ao passo que o Benfica evoluiu favoravelmente, desde a saída de Roger Schmidt para dar lugar a Bruno Lage.
Treinador | Média pontual | Treinador | Média pontual | Treinador | Média pontual | |
Sporting | Ruben Amorim | 3 (11 jogos) | João Pereira | 1 (4 jogos) | Rui Borges | 2,09 (11 jogos) |
Benfica | Roger Schmidt | 1,75 (4 jogos) | Bruno Lage | 2,48 (21 jogos) | – | – |
FC Porto | Vítor Bruno | 2,22 (18 jogos) | José Tavares | 1 (1 jogo) | Martín Anselmi | 1,71 (7 jogos) |
Para além dos três ‘grandes’, houve mais 11 clubes que procederam a, pelo menos, uma troca no comando técnico. Em sentido inverso, Santa Clara, Casa Pia, Estoril e Nacional foram as únicas equipas a confiar nos trabalhos de Vasco Matos, João Pereira, Ian Cathro e Tiago Margarido, respetivamente.
Pelas andanças europeias, a mudança no Sporting de Braga foi prematura, com a entrada de Carlos Carvalhal para a vaga de Daniel Sousa, logo na segunda jornada, cuja média pontual é bastante positiva. Ainda no Minho, em Guimarães, o Vitória SC seguia de ‘vento em popa’ com Rui Borges e, após a repentina passagem de Daniel Sousa, ainda conseguiu melhorar os registos na I Liga, com Luís Freire.
Treinador | Média pontual | Treinador | Média pontual | Treinador | Média pontual | |
Sp. Braga | Daniel Sousa | 1 (1 jogo) | Carlos Carvalhal | 2,08 (25 jogos) | – | – |
Vitória SC | Rui Borges | 1,53 (15 jogos) | Daniel Sousa | 1 (2 jogos) | Luís Freire | 1,78 (9 jogos) |
Famalicão | Armando Evangelista | 1,42 (11 jogos) | Ricardo Silva | 1 (1 jogo) | Hugo Oliveira | 1,23 (13 jogos) |
Moreirense | César Peixoto | 1,13 (23 jogos) | Cristiano Bacci | 1,67 (3 jogos) | – | – |
Rio Ave | Luís Freire | 0,9 (10 jogos) | Petit | 1,25 (16 jogos) | – | – |
Arouca | Gonzalo García | 0,78 (9 jogos) | Vasco Seabra | 1,38 (16 jogos) | – | – |
Gil Vicente | Carlos Cunha José Pinto | 0 (1 jogo) 0 (1 jogo) | Bruno Pinheiro | 1,05 (21 jogos) | César Peixoto | 0,5 (2 jogos) |
AVS | Vítor Campelos | 0,91 (11 jogos) | Daniel Ramos | 0,80 (10 jogos) | Rui Ferreira | 1 (5 jogos) |
Estrela | Filipe Martins | 0,33 (6 jogos) | José Faria | 1,05 (20 jogos) | – | – |
Farense | José Mota | 0 (6 jogos) | Tozé Marreco | 0,85 (20 jogos) | – | – |
Boavista | Cristiano Bacci | 0,6 (20 jogos) | Gilberto Andrade | 0 (1 jogo) | Lito Vidigal | 0,6 (5 jogos) |
A grande maioria das equipas trocou de treinador só por uma ocasião, desde as mudanças mais prematuras no Farense, no Estrela da Amadora e no Arouca a outras alterações mais recentes em clubes como Rio Ave e Moreirense. Já por Famalicão, Boavista e AVS passaram três técnicos distintos, sendo que o Gil Vicente foi quem mais promoveu a ‘dança das cadeiras’, com quatro caras distintas.
Com números de jogos distintos em termos comparativos, Famalicão, Rio Ave, Arouca, Moreirense, Estrela da Amadora, Farense e AVS cresceram, enquanto Boavista e Gil Vicente estão algo semelhantes ao que estavam antes.
Recuperando as equipas que mantiveram os respetivos treinadores, Vasco Matos destaca-se com uma média pontual de 1,68 no Santa Clara, João Pereira e Ian Cathro partilham o sétimo lugar e, como tal, a mesma média de 1,38 no Casa Pia e no Estoril, respetivamente , restando Tiago Margarido com registo de 1, 12 pontos por jornada.
E na Europa?
Nesse capítulo, o Sporting, de Rui Borges, não conseguiu dar seguimento ao brilharete de Ruben Amorim na Liga dos Campeões (com destaque para os 10 pontos em 12 possíveis na fase de liga), acabando por ser eliminado pelo Borussia Dortmund no playoff, sem qualquer triunfo na prova desde a saída do jovem técnico para o Manchester United (nem com João Pereira). Ainda assim, vale relembrar que os leões foram à final da Taça da Liga e estão nas ‘meias’ da Taça de Portugal.
Já o Benfica, que trilhou um caminho na Champions apenas e só com Bruno Lage, chegou mesmo aos ‘oitavos’ da prova milionária, onde caiu aos pés do Barcelona, já depois de ter conquistado a Taça da Liga frente ao seu rival eterno e de ter garantido igualmente um lugar nas ‘meias’ da Taça de Portugal.
O FC Porto de Martín Anselmi, à semelhança dos leões, também não foi além do playoff, neste caso, da Liga Europa, por ‘culpa’ da AS Roma, após uma fase de liga única praticamente toda feita às ordens de Vítor Bruno – ele que, apesar da eliminação nas Taças nacionais, arrancou a época com a conquista da Supertaça.
Entre os rivais do Minho, o Sporting de Braga ficou-se pela fase de liga única da Liga Europa, fora do top24, apenas e só às ordens de Carlos Carvalhal, ao passo que o Vitória SC fez história ao chegar aos ‘oitavos’ da Liga Conferência Europa, com uma invencibilidade de 13 jogos na UEFA quebrada com a eliminação frente ao Real Betis, onde Luís Freire já não conseguiu dar seguimento ao brilharete europeu de Rui Borges.
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