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E-learning ao serviço da Enfermagem

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Artigos de Autor

O uso das novas tecnologias na formação – e-learning e enfermagem

Os Enfermeiros têm insistido através da Formação Continua, no adquirir de novas competências, que lhes permitam uma melhoria efectiva dos Cuidados de Enfermagem prestados, apesar das dificuldades existentes no actual Sistema Nacional de Saúde.

No actual contexto de limitação de recursos humanos nos serviços, com pouca disponibilidade para incentivos á formação, os Enfermeiros têm realizado autênticos sacrifícios na sua vida pessoal, para poder concretizar novos projectos de intervenção nos seus locais de trabalho.

A aposta nas Novas Tecnologias de Informação aplicadas ao Ensino de adultos ou E-Learning pode ser um importante contributo para o ultrapassar das dificuldades sentidas.

O E-Learning enquanto metodologia não pretende substituir os métodos actualmente existentes. O Ensino Presencial será sempre preferível a outros, quando o objectivo é garantir um conjunto mínimo, mas imprescindível, de competências. No entanto, em situações de Formação Permanente e Actualização Profissional, em que essas conhecimentos mínimos estão garantidos, porque não considerar outras opções quando se sabe que é difícil concretizar Formação Permanente, por entre as responsabilidades pessoais e profissionais?

O E-learning sendo uma forma de ensino à distância, não dispõe da maioria dos seus defeitos. A conjugação dos formulários preenchidos pelo formando (já existente em outras formas de ensino à distância), com outras técnicas em que a interactividade é valorizada (fóruns, chats), veio trazer para esta metodologia de ensino as vantagens do ensino presencial, como a valorização da individualidade, a interactividade entre os colegas, assim como o recurso a elementos escritos e multimédia (audio e vídeo), para melhor fundamentação dos conteúdos.

Os fóruns, aplicações assíncronas por excelência, são uma das melhores ferramentas à disposição dos formando em ambiente Online. Permitindo um acesso contínuo a todas as conversas da sala virtual, dão oportunidade ao formando de preparar-se convenientemente. Estes não têm a escravidão do Tempo, podendo em diferentes horários, vários alunos interagirem, trabalharem em conjunto, esclarecerem dúvidas com os seus formadores e restantes colegas. Esta característica permite que o regime de horário por turnos, não seja um obstáculo á concretização de cursos de formação.

O E-Learning elimina também as diferenças de Espaço, permitindo que formandos de diferentes pontos do país ou até do mundo, possam estudar em conjunto. As dificuldades sentidas pelos nossos colegas do interior, afastados das capitais de distrito e das grandes cidades, são bastante conhecidas.

Assim qualquer colega pode entre as actividades de vida diária e as suas responsabilidades profissionais, independentemente do local de residência ou de trabalho, usando recursos próprios ou do seu serviço, efectuar formações que melhorem a sua prestação profissional e a qualidade dos cuidados prestados aos seus utentes.

Se parece tão fácil e tão útil para toda a classe profissional, então onde estão os cursos em E-Learning para Enfermeiros?

Infelizmente, o E-Learning ainda não foi efectivamente descoberto pela Enfermagem portuguesa. Em Dezembro de 2002, houve um congresso na Escola Superior de Enfermagem de Artur Ravara (1), que reuniu alguns dos melhores especialistas de E-Learning em Portugal, mas sem ter dar quaisquer resultados visíveis na criação de cursos. Também em Maio de 2003, reuniram-se na Universidade Católica (2), alguns peritos nas Novas Tecnologias de Informação, debatendo as suas relações com a Enfermagem, mas também sem outros resultados para além dos já descritos.

As Escolas de Enfermagem têm alguma responsabilidade nesta questão, por alguma falta de visão, a que o analfabetismo em relação á Informática não será alheio, apesar de todas as outras reconhecidas competências. Também alguns Centros de Formação, mais preocupados em vender Formação a peso, do que em atingir as necessidades dos seus formandos potenciais.

Existem actualmente, unicamente dois cursos de E-Learning na Bolsa de Formadores da Expresso-Formação (3, 4), ministrados por Enfermeiros (com recurso a fóruns e correio electrónico), mas dirigidos a um público não diferenciado.

Será então o E-Learning apenas uma curiosidade no actual panorama de formação de Enfermagem? Será que os Enfermeiros vão continuar arredados das potencialidades que as Novas Tecnologias de Informação fornecem? Será que os Enfermeiros, na sua grande maioria, persistirão em ser analfabetos em relação às Novas Tecnologias de Informação, sujeitos a aceitar o que outros técnicos lhes forneçam, quando a Prescrição Electrónica e os Registos Clínicos Electrónicos forem uma realidade?

Espero sinceramente que não…

Visitas Sugeridas:

1. (http://www.fpce.ul.pt/pessoal/ulfpcost/c/default.asp?id=20&ACT=5&content=106&mnu=20)
2. (http://srs.ordemenfermeiros.pt/?pg=noticias_comp&act=0)
3. (http://formacao.expressoemprego.pt/cursos/Diversos/L_A_Infeccao_pelo_Virus_da_Imunodeficiencia_Humana.html)
4. (http://formacao.expressoemprego.pt/cursos/Sociedade_e_Lazer/L_Formacao_Primeiros_Socorros.html)

P.S. – Este artigo foi escrito com o OpenOffice (1.1.0 – Projecto Português), em Linux Caixa Mágica 8.1.