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Diabéticos: Pesquisa de glicemia

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Diabéticos: Pesquisa de glicemia

É sem dúvida um problema de saúde pública e com tendência para aumentar o número de doentes em Portugal nos anos mais próximos, mesmos além fronteiras.

Mário Santos
Enfermeiro e Jornalista

Diabetes – uma palavra simples, mas que “atormenta” qualquer ser humano – em Portugal fala-se em cerca de 500 mil diabéticos – ou mesmo quem vive com esta doença crónica ou que pode vir a padecer. Apesar dos avanços da medicina e dos intensivos estudos científicos no sentido de minimizar quem tem que passar pelas “picadas” diárias, quer para a pesquisa de glicemia que circula no sangue, quer para administração de insulina diária, pois muitos dos doentes têm que administrar insulina diversas vezes ao dia.

É sem dúvida um problema de saúde pública e com tendência para aumentar o número de doentes em Portugal nos anos mais próximos, mesmos além fronteiras.

Preocupado com este problema, a Johnson & Johnson continua a investir em força nesta patologia e no seu estudo. E muito tem sido o investimento para que cada vez mais os diabéticos possam ter uma melhor qualidade de vida. Prenúncio disso foi o facto de alguns meses ter lançado no mercado português uma máquina de pesquisa de glicemia capilar, denominada “One Touch Ultra Smart” que traz inúmeras vantagens para diabéticos e pessoal de saúde, nomeadamente para enfermeiros e médicos que acompanham estes pacientes.

Falámos pois de uma revolucionária máquina de pesquisa de glicemia capilar, que faz uma leitura em apenas 5 segundos, com resultados exactos, pois a nossa reportagem testou a citada máquina diversas vezes e comparou com outras máquinas (outras marcas) em uma dezena de pacientes diabéticos e de factos os valores eram coincidentes. Mas não só este factor é relevante, é que esta máquina mais parece um computador pelo facto de armazenar mais de três mil resultados consecutivos, e em função disso transforma-os em gráficos diários, o que não obriga o diabético a preocupar-se com o registo manual dos resultados obtidos diariamente. Por outro lado, é uma ajuda preciosa para médicos e enfermeiros para terem os resultados exactos ao longo de mais de um ano, com registo de data/hora que foi realizada a pesquisa. E para o diabético saber como tem sido o conjunto dos seus resultados das pesquisas de glicemia capilar, pode o mesmo verificar a qualquer hora saber qual a média dos resultados de um determinado tempo, que o próprio doente define.

Para além destes parâmetros apresenta muito outros, que deixa o diabético “descansado”, pois se programar a máquina com o esquema insulinico que faz diariamente, após a pesquisa, (que é por aspiração de sangue na “palheta”) a máquina refere a dose de insulina que deve administrar.

Mas para conhecer melhor esta máquina, que alguns milhares de utentes em Portugal, já apelidam de “Máquina Maravilha”, a nossa reportagem falou com o responsável e Director em Portugal pela “One Touch Ultra Smart”, Dr. João Malagueira.

FE – Esta máquina é apenas sinónimo de rapidez de leitura?

Dr. João Malagueira (JM) – De facto este é o medidor mais rápido de todos. Na verdade, One Touch Ultra Smart permite de uma forma muito fácil medir a glicemia, registar informação (3000 dados em memória) e analisar essa informação em gráficos e tabelas. One Touch representa o “estado da arte” e o que de melhor a ciência pode fazer a favor dos diabéticos.

FE – Armazenamento de dados é um ponto muito relevante…

JM – Para pessoas com diabetes que fazem controle intensivo da glicemia (3 ou mais vezes por dia) registar e analisar toda a informação relacionada com o controlo da glucose é difícil e por vezes pouco eficaz. Com este novo aparelho que cabe na palma de uma mão, os diabéticos podem registar informação sobre exercício, alimentação, saúde, medicação, tipo e dose de insulina e outras informações relacionadas com sua actividade diária. Mais importante ainda, cada diabético ou o seu médico pode ver e analisar toda esta informação através de gráficos e outros quadros muito úteis, apenas com um simples toque num botão.

FE – Segundo vossos estudos, esta nova máquina pode reduzir os riscos de complicações em cerca de 60%…

JM – O mais importante estudo de sempre sobre diabetes (DCCT – Diabetes Control and Complications Trial) demonstrou de forma inequívoca que manter os valores de glucose no sangue o mais próximo possível dos valores normais, reduz as complicações tardias da diabetes em cerca de 70%.

Por outro lado, os valores de glucose no sangue estão constantemente a alterar-se em resposta a actividades diárias como comer, fazer exercício, medicação e stress. A chave para um controlo óptimo da diabetes é perceber como cada um desses factores influência a glucose no sangue em cada indivíduo de modo a ajustar a insulina, o exercício e a alimentação em cada dia. Por isso, a One Touch Ultra Smart veio finalmente permitir fazer tudo isto de forma simples e é um grande avanço para as pessoas com diabetes controlarem bem a doença.

FE – Médicos e Enfermeiros portugueses estão despertos para esta nova realidade?

JM – Os endocrinologistas seguramente que sim. Muitos médicos de família e muitos enfermeiros que trabalham de forma activa na educação das pessoas com diabetes começam a estar cada vez mais interessados neste tipo de tecnologia. Principalmente porque esta máquina funciona de forma muito simples, com botões de rápido acesso aos principais menus, semelhante a um telemóvel. Além do mais é totalmente personalizada.

FE – Esta é uma máquina para todas as bolsas. Ou só para alguns?

JM – O One Touch Ultra Smart está principalmente indicado para os diabéticos que fazem terapia insulinica e controlo intensivo da glicemia. Estes pacientes de forma geral são seguidos nas consultas da especialidade nos hospitais e estes tem unidades para oferecer aos seus pacientes. No entanto, se alguém for a uma farmácia comprar o One Touch Ultra Smart, não deverá pagar mais de 70 euros (muito menos que um telemóvel, e tanto quanto sabemos há mais de 9 milhões de utilizadores de telemóvel em Portugal).