Um homem foi condenado em França a dois anos de prisão com pena suspensa por ter chicoteado o filho, de 11 anos, com uma corda de saltar. Em tribunal, o pai admitiu ter punido a criança devido ao seu comportamento, mas mostrou arrependimento.
Tudo aconteceu em outubro passado quando o professor de educação física de uma turma de sexto ano acompanhava os alunos à piscina e, ao ver os ferimentos nas costas do menino, alertou a enfermeira da escola que, por sua vez, alertou o Ministério Público de Meaux (Seine-et-Marne).
O pai acabou por ser detido, conforme revela agora o Le Parisien. Esta terça-feira, entretanto, sentou-se no banco dos réus do tribunal criminal de Meaux, onde foi julgado por violência contra um menor de 15 anos.
“Amo o meu filho, sinto-me péssimo”
Em tribunal, confessou ter agredido o filho, mas revelou arrependimento: “Arrependo-me do que fiz, amo o meu filho, sinto-me péssimo, devia ter agido de forma diferente.”
Apesar disso, pai e filho têm relatos diferentes sobre o dia das agressões. O homem conta que a criança “permaneceu de pé” e “não sangrou”, mas o rapaz, ao ser interrogado pelos investigadores, explicou que foi forçado a deitar-se de bruços no chão antes de ser chicoteado com uma corda de saltar.
O menino mencionou também que era regularmente alvo de castigos físicos como chapadas e palmadas e já chegou mesmo a ser atingido com sapatos. Apesar disso, revelou vontade de ver o pai novamente.
O homem, na casa dos 30 anos e pai de outras três crianças, confessou ter medo de que o filho se desviasse “do caminho certo”, sobretudo porque vê jovens “pela janela” a traficar drogas.
Bogos Boghossian, advogado do autor da ação, elogiou a rapidez de raciocínio da enfermeira, do promotor e dos agentes da polícia que tomaram conta do caso.
“A cena é inimaginável. A corda de saltar não estava ao alcance, ele teve que ir buscá-la”, lembrou. “Ele implorou ao pai para parar. Ele não entende por que o pai reagiu daquela forma.”
Também a promotora adjunta Myriam Khouas enfatizou a “gravidade bastante incomum” dessa violência “extrema”, considerando as marcas visíveis que o rapaz ainda tem, dois meses depois. Por isso, solicitou uma pena suspensa de dois anos com liberdade condicional.
Por sua vez, a advogada de defesa do pai, Evelyne Janelli, frisou a dificuldade de seu cliente — nascido na Costa do Marfim e emigrado em França desde 2016 — em falar sobre sua infância. Durante a audiência, ele descreveu que foi criado de forma “dura” no seu país de origem, tanto em casa como na escola. “Estamos a falar de agressões com um chicote”, especificou a advogada.
Após as deliberações, os juízes decidiram seguir à risca as recomendações da acusação e o homem terá que frequentar um curso de parentalidade.
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