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“Médicos são empurrados para greve por Ana Paula Martins e Montenegro”

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A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, afirmou, esta sexta-feira, que os médicos estão a ser “empurrados para a greve” pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

 

“Os médicos são empurrados para esta greve por Ana Paula Martins e pelas políticas do governo de Luís Montenegro, que insiste intransigentemente em não negociar condições dignas para os médicos estarem no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, começou por referir a responsável em declarações aos jornalistas, nas imediações do Hospital São João, no Porto.

Para Joana Bordalo e Sá, os governantes “são responsáveis por todas as consultas que sejam adiadas” e lamentou que a ministra da Saúde só tenha “para oferecer” uma “mobilidade forçada dos médicos” e acusou-a de “faltar à verdade”.

“Faltou à verdade quando disse que esta mobilidade forçada não ia acontecer. A verdade é que ela quer impô-la e Luís Montenegro também é conivente com isto e está a faltar à verdade a todo o país se for implementada”, acusou.

Em causa está uma notícia avançada pelo Observador no início da semana, que indica que o Ministério da Saúde está a preparar-se para mobilizar ‘à força’ os profissionais de saúde no âmbito das urgências regionais.

“Em situações excecionais e devidamente fundamentadas, quando, nos termos da parte final do número anterior, a urgência externa centralizada deva ser assegurada por profissionais pertencentes a outra unidade local de saúde, e na ausência de trabalhadores que se voluntariem para integrar a escala, pode o órgão máximo de gestão da unidade de saúde diferente daquela onde se situa a urgência centralizada determinar a integração de trabalhadores do seu mapa de pessoal na escala da urgência externa centralizada, de âmbito regional”, lê-se num articulado de proposta de decreto-lei, citado pelo jornal online.

Esta medida, sublinhou Joana Bordalo e Sá, “não serve os médicos nem a população” porque “as grávidas e os bebés não vão ter serviços de proximidade”.

“Vai implicar que serviços de urgência estejam permanentemente encerrados, como no Barreiro e em Setúbal, e as grávidas e os bebés vão ter de andar a fazer quilómetros e quilómetros para serem atendidos”, sublinhou.

Uma das reivindicações da FNAM é “negociar de uma forma séria e transparente e sem jogos de bastidores” para que possam existir “mais médicos no SNS”.

“É por isso que estamos hoje em greve”, atirou.

“A intransigência tem sido total. Claramente, [Ana Paula Martins] não dá um sinal de que quer negociar, mas sim impor. Impor medidas que não servem os médicos, mas, acima de tudo, não serem o Serviço Nacional de Saúde. Quer Ana Paula Martins, quer Luís Montenegro, estão a ser responsáveis pelo Serviço Nacional de Saúde”, acrescentou.

Sublinhe-se que a FNAM convocou uma paralisação para esta sexta-feira, que coincide com a da Função Pública.

Na greve de hoje espera-se adesão de professores, educadores e auxiliares das escolas, médicos, enfermeiros e auxiliares dos serviços de saúde, trabalhadores dos transportes públicos, inspetores e funcionários do Fisco, funcionários judiciais, entre outros.

O aumento dos salários, a valorização das carreiras, a reposição do vínculo público e a defesa dos serviços públicos são também motivos para a convocação da paralisação que abrange todos os trabalhadores do Estado.

 

Leia na íntegra em Notícias ao Minuto