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76% da Azores Airlines? Governo açoriano analisa proposta de consórcio

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O jornal Açoriano Oriental adiantou hoje que o consórcio que concorreu à privatização da Azores Airlines, também propõe a entrada de Carlos Tavares (ex-CEO da empresa automóvel Stellantis) e de Paulo Pereira da Silva (empresário ligado ao turismo e ao ramo agroalimentar no Douro) como parceiros.

 

José Manuel Bolieiro disse aos jornalistas, nas Lajes do Pico, no arranque de uma visita estatutária de três dias à ilha, que se trata de “uma boa notícia” e que a posposta será analisada no Conselho do Governo de sexta-feira.

“Eu penso que é uma boa notícia para os Açores. Para a defesa do interesse da região. (…) Também vejo confiança por parte do conselho de administração [da SATA] nas questões de idoneidade que foram levantadas pelo júri e não pelo governo”, afirmou.

José Manuel Bolieiro acrescentou que o executivo “pautou-se apenas pela preocupação de defesa do interesse da região e do ativo, o valor do ativo que, na sequência de uma avaliação, aumentou”.

A proposta será analisada pelo júri do concurso, mas vai aproveitar a reunião do Conselho do Governo, a realizar na ilha do Pico, para informar o conselho de administração da SATA “para prosseguir o processo, passando, obviamente a responsabilidade, agora, como deve ser nos termos legais, ao júri”.

“Eu devo dizer que estamos a seguir um caminho que corresponde ao nosso compromisso. Até ao final de 2025, no âmbito do plano de reestruturação, ter uma solução para a Azores Airlines”, assumiu.

Quanto à possibilidade de o consórcio incluir a entrada de Carlos Tavares e de Paulo Pereira da Silva como parceiros, Bolieiro disse que isso “ajuda a dar tranquilidade” na componente da idoneidade e na capacidade de uma gestão “altamente profissionalizada”.

“Penso que isso também poderá tranquilizar, porque nós também defendemos sempre o interesse dos Açores, da região, enquanto acionista, o interesse do próprio grupo SATA, o interesse da Azores Airlines e da sua continuidade e a defesa também dos direitos dos seus trabalhadores. E penso que isso tudo ajuda a ganharmos todos tranquilidade e boa expectativa”, concluiu.

O presidente do Governo dos Açores lembrou que a proposta inicial apresentada pelo consórcio, que foi razão para suspender o processo, “avaliava o ativo em cerca de seis milhões” e depois houve um novo estudo que apontou para ter no mínimo o valor de 20 milhões de euros.

“Eu penso que ficou muito bem e esteve bem o percurso que o Governo [Regional] levou a efeito nessa matéria e teve essa boa consequência”, vincou Bolieiro.

Em 09 de dezembro de 2024, o presidente do Governo dos Açores confirmou que a SATA e o consórcio Newtour/MS Aviation estão a negociar a privatização da Azores Airlines e adiantou que a região vai assumir a dívida da companhia aérea.

O executivo anunciou, em 02 de maio, o cancelamento do concurso de privatização e o lançamento de um novo, alegando que a companhia estava avaliada em seis milhões de euros no início do processo e vale agora 20 milhões.

A decisão surgiu depois de, em abril do ano passado, o júri do concurso público da privatização ter mantido a decisão de aceitar apenas um concorrente, admitindo reservas quanto à capacidade do consórcio Newtour/MS Aviation em assegurar a viabilidade da companhia.

O consórcio candidato interpôs uma providência cautelar contra a decisão do executivo (que foi considerada improcedente pelo tribunal), e, em setembro, mostrou-se “preocupado com a incerteza e com a aparente inércia em torno do processo de privatização”.

Em junho de 2022, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo medidas como uma reorganização da estrutura e o desinvestimento de uma participação de controlo (51%).

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