A voz é uma característica humana intimamente relacionada com a necessidade do homem de se agrupar e se comunicar em sociedade, esta consiste no som produzido pelo ser humano usando as cordas vocais para falar, cantar, gargalhar, chorar, gritar bem como emitir outros sons…
A voz está associada à fala, na realização da comunicação verbal, e pode variar quanto à intensidade, altura, inflexão, ressonância, articulação e muitas outras características.
A voz é a ferramenta de trabalho para todos aqueles que dependem desta para exercer a sua profissão. E um bom exemplo de profissão que usa a voz como “ferramenta de trabalho” são os Enfermeiros. No dia-a-dia usamos a voz para nos expressarmos, no contacto com os colegas, no diálogo com os clientes de cuidados, voluntaria ou involuntariamente estamos sempre a utilizar a voz.
A nossa voz, representa por isso, um dos instrumentos de comunicação verbal mais usado e essencial, tanto no processo de cuidado como na transferência de saberes. O Enfermeiro pode mudar o dia de uma pessoa na maneira como dá uma noticia má, ou boa, como faz um ensino ou na maneira como faz a passagem de turno, nestes e em outros casos, mais importante do que a informação que pretendemos transmitir é a maneira como o fazemos, às vezes nem é tanto o que se diz, mas a maneira como se diz, “Tudo se torna um pouco diferente assim que é pronunciado em voz alta.” (Hermann Hesse), por isso usemos com precaução e cuidemos da nossa voz, para que a possamos utilizar no dia-a-dia e contribuir para que as vidas que “tocamos” melhorem após a nossa passagem por elas.
As alterações da voz manifestam-se habitualmente por rouquidão, alterações no timbre, instabilidade nas características vocais e por fadiga vocal.
Estas alterações têm causas diversas podendo ser o resultado de esforços ou de abuso vocal, assim como de infecções, traumatismos ou tumores.
“Nada revela tão seguramente o carácter de uma pessoa como a sua voz.” (Benjamin Disraeli)
E como hoje é o Dia Mundial da Voz, vale a pena ter em conta alguns cuidados que devemos ter com a nossa voz:
- Beba água
Para ter uma “voz saudável” beba água (seis a oito copos diários), única forma de manter hidratadas as cordas vocais.
Mesmo quando emitimos apenas um som as cordas vocais vibram intensamente; a hidratação melhora a produção de muco contribuindo para a sua “lubrificação”.
Deve-se reduzir e em alguns casos evitar a ingestão de bebidas que podem provocar desidratação das cordas vocais (ex.: álcool, café e bebidas com cafeína, chá preto e bebidas gaseificadas).
Ao praticar desporto ou exercício físico deve-se beber uma maior quantidade de água.
- Não fume
Não fume. É do conhecimento geral que o tabaco pode provocar cancro do pulmão e cancro da laringe. Tanto nos fumadores como nos “fumadores passivos” as cordas vocais sofrem uma “agressão” que se traduz por alterações persistentes na qualidade da voz.
- Não esforce nem abuse da voz
Não se deve falar muito alto em locais ruidosos pois o ruído obriga a aumentar a intensidade da voz comprometendo a sua qualidade.
A sensação de “garganta seca”, cansaço vocal ou o aparecimento de rouquidão obriga a poupar a voz e a não falar.
Ao lidar com crianças, não se deve esforçar demasiado a voz.
Quando se tem que usar a voz com grande intensidade, como sucede ao falar no exterior, é preferível utilizar um sistema de amplificação.
Devemos procurar falar no nosso tom. Se esforçarmos a voz falando em tons mais graves ou mais agudos do que o normal, podemos provocar “traumatismos” nas cordas vocais, que vão provocar rouquidão (disfonia).
- Deve-se evitar pigarrear
Ao pigarrear as cordas vocais batem uma na outra, agredindo-se mutuamente.
A rouquidão pode ser uma das consequências do pigarrear repetido.
Em vez de pigarrear, beba uma golo de água ou engula “em seco”. As causas mais frequentes que levam à necessidade de pigarrear são o refluxo gastro-esofágico, o refluxo faringolaríngeo, as rinites, as sinusites e as doenças alérgicas.
- Se estiver doente poupe a sua voz
Se estiver “constipado” ou com uma infecção respiratória, poupe a sua voz.
Este cuidado é ainda mais importante nos profissionais da voz sobretudo se notarem o aparecimento de rouquidão.
A voz é a mais importante forma de comunicação com grande impacto nas relações sociais e na vida profissional. Só o seu uso correcto vai permitir ter uma “voz saudável” durante toda a vida. Assim “oiça a sua voz” ou melhor, “oiça o que a sua voz lhe quer dizer”.
Retirado de: http://www.diamundialdavoz.com/site_dmv/cmanter.asp
Referências Bibliográficas:
BEHLAU, Mara ; PONTES, Paulo. Avaliação e Tratamento das Disfonias. São Paulo:Lovise, 1995
Elaborado por:
Enfª Mónica Tavares