Olá a todos. Chamo-me Sara, e fui uma das 8 pessoas a embarcar neste projecto da ROCA em Évora.
Confirmo o que o Fábio disse em cima, é verdade. Apenas acrescentar então a minha experiência:
Logo após a entrevista apresentaram-me um contrato para assinar, o qual disseram que eu tinha de assinar o mais rapidamente possível, para assegurar a vaga. Eu perguntei se teria a oportunidade de ler em casa com mais calma o contrato e, posteriormente, assinar. Disseram-me que sim, mas que teria de enviar por email assinado até uns dias depois. E assim o fiz.
Quando o curso começou, apercebi-me que este contrato só tinha sido apresentado a mim e a outra colega, e que os restantes enfermeiros nem tinham visto esse contrato. Disseram-nos então que esse contrato não estava muito claro, nem bem traduzido para português, então que nos apresentariam, ao grupo todo, um novo contrato, o qual esperámos e esperámos. De frisar que, tanto na entrevista, como durante o curso, eu sempre pensei que fosse contratada como enfermeira como sou reconhecida aqui em Portugal, ou seja, enfermeira de nível 5. Posteriormente, quase na 4a semana, apresentaram-nos o contrato, o qual queriam que assim. o mais rápido possível. Nós quisemos ler com calma em casa, e verificámos certos pontos que não tinham sentido nenhum e que nos poderiam colocar em muito "maus lençóis" caso algo não corresse tão bem como planeado. Nessa altura ficámos também a saber que não seriamos contratados como enfermeiros, segundo a nossa licenciatura, mas como enfermeiros de nível 3, ou seja, os cuidados por que seríamos responsáveis seriam: higiene, lavar a loiça, preparar a comida e administração de IM e SC. E também percebemos que iríamos trabalhar menos e ganhar menos também. Bem, reunimo-nos todos e tentámos negociar com as pessoas responsáveis da ROCA, que nunca respondiam directamente às nossas perguntas, mas sim com frases filosóficas e também a desdenhar um pouco de nós. Por fim, falámos todos com um responsável pela ROCA, perguntando se três pontos essenciais poderiam ser revistos, pelo menos (três pontos que não cabem na cabeça de ninguém ter num contrato. Eles não aceitaram e fecharam a escola.
Posteriormente, tendo eu feito um investimento para estar em Évora (comida, casa, caução da casa, viagens...) recebo um e-mail do responsável pela empresa, dizendo que teria de pagar à mesma 2.500€ por ter desistido do curso na 4ª semana, como estava no contrato inicial (aquele que só eu e outra colega vimos e assinámos), bem como que me iriam processar, e eu teria de pagar, o montante final, por volta de 110.000€ com despesas legais e tudo mais incluído (não sei precisar se este é o montante real, uma vez que é algo tão exorbitante, que já nem sei). Posteriormente, quando disse que ia activar os meios legais para me defender, recebo uma mensagem de voz no telemóvel do responsável da ROCA a dizer que esperava resolver as coisas a bem e que me iria ligar na semana seguinte. Bem, estou à espera até agora desse telefonema. Já enviei e-mails e tudo, mas nada, não me respondem! Talvez me estejam a enrolar, até começar o novo curso, para não dar má publicidade... Será? Não sei... Só sei que desde o princípio da experiência em Évora que as coisas não estavam a correr bem e que, após toda esta situação, eu só quero esquecer tudo isto, e seguir em frente, o que não consigo, uma vez que ninguém me responde! Eu só ficaria descansada se falassem comigo, e se rescindirmos este contrato que, supostamente, não era válido, ficando eu à espera do contrato seguinte, com boa fé, e com esperança de encontrar uma oportunidade de emprego, como grande parte dos colegas neste momento.
Eu não estou aqui para inventar nada sobre a ROCA, fazer má publicidade, ou levantar ondas... Só quero que se faça justiça, e que os meus colegas que embarquem nesta experiência com esta empresa, entrem então de olhos abertos, e que saibam o que esperar caso aconteça algo fora do que esperam desta experiência.
Quanto a mim... Aqui estou eu novamente sem oportunidades de seguir em frente, agarrada a um contrato, com o qual me podem retirar dinheiro que não tenho, uma vez que não tenho emprego, e que cairá nas costas dos meus pais, que não são ricos, como devem perceber.
Apenas digo, abram bem os olhos, e tenham atenção aonde se vão meter... Mais vale desempregados, do que desempregados e com uma dívida em cima. Boa sorte.