Educação para a saúde...
Pena que os centros de saúde, por aquilo que vou tendo conhecimento, fazem educação para a saúde em escolas de 2ºciclo(sexualidade), lares de terceira idade (cuidadores formais), infantários e escolas de 1ºciclo (hábitos de higiene corporal e oral). E para quando educação para a saúde para cuidadores informais??
A maioria dos ensino em meio hospitalar são feitos de véspera, senão no dia em que o doente tem alta. É dada uma enorme quantidade de informação ao futuro cuidador que apesar da muita boa vontade, fica totalmente baralhado. Os cuidadores são geralmente pessoas de idade, com baixa escolaridade e que têm que aprender muito em pouco tempo. É suficiente? Não me parece. Como é feita a preparação das altas nos vossos serviços? Há contacto com os centros de saúde a informar do grau de dependência do idoso e o grau de aprendizagem do cuidador??
Qual a vossa experiência??
Penso que este é um campo em que a enfermagem pode e deve intervir. É um campo nosso...é EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE!
O problema nos hospitais prende-se com o número reduzido de enfermeiros por turno e com a consciencialização reduzida sobre estas acções . As tarefas a executar retiram a noção da necessidade de ensino aos familiares e por vezes aos doentes.Mas no SAPE há aspectos relacionados com o prestador de cuidados , foco de atenção. No entanto , tenho de dar razão quando se diz que o ensino é tardio e feito à pressa , restando aos colegas dos CSP proceder a esse ensino ou aos Colegas do Serviço Domiciliário .
Nem sempre a atenção que se dá ao cuidador informal é reconhecida pois parece que ao fazê-lo , se está na conversa da chacha...acusação por vezes estranha por parte de colegas.
A cultura do Ensino ao utente e família tem de se adquirir , e não se pode fazer no dia da alta , que quase sempre é repentina . A preparação do ensino ao Utente e Família deve ser sim uma das coisas importantes a assinalar quando se faz a avaliação inicial e integrar o ensino ao utente e cuidador informal como foco de atenção sujeito a intervenções várias.
A relação do Enfermeiro de referência com o utente e família tem que ser no sentido do planeamento , da prestação dos cuidados de enfermagem e no ensino planeado desde a data do internamento.
Há familiares e doentes que entram em desespero porque se vêm encurralados numa situação para a qual não estão preparados. Por isso a interacção entre enfermeiros hospitalares ,enfermeiros dos CSP , das unidades de cuidados de saúde paliativos e dos cuidados continuados , deveria estar sempre presente.A falta de feedback entre os Enfermeiros dos vários serviços de saúde é a realidade. Quem sabe umas jornadas sobre esta problemática não fosse um caso a pensar..?..
Rita