Muito interessante aperceber-me que, felizmente para o doente, as "guidelines" aplicadas na Europa são basicamente as mesmas.
Nos diferentes serviços por onde passei, a prevenção é baseada num protocolo. Inicialmente é feita uma anamnese completa do doente e uma observação minuciosa da pele, especialmente nos pontos de pressão. Segue-se o preenchimento de uma escala, baseada na escala de Braden mas com mais parâmetros. O plano de cuidados é então discutido na equipa multidisciplinar. Seguidamente o plano de cuidados é explicado e é dada informação adicional sobre o assunto ao doente e aos familiares.
Todos os pontos referidos pelo colega FysGa são postos em prática. Uma diferença é que em termos de suplementos nutritivos, utilizam-se o Cubitan intercalado com o Nutridink e, se se tratar de um doente oncológico, ainda intercalado com Forticare.
Especificamente a questão levantada pela Isabel deixa-me algumas dúvidas. A literatura recente que tenho lido sempre aponta para que a massagem não produza beneficio algum na prevenção e, o facto de promover a circulação pode tornar-se um ponto contra a prevenção, devido a esta provocar a libertação de radicais livres que têm um papel preponderante no processo das úlceras de pressão. No entanto pelo que entendi da técnica que descreveste, a massagem centra-se não na zona de risco mas à volta desta com o intuito de diminuir a zona de pressão. Vou tentar pesquisar sobre esta técnica. Nas úlceras de grau I utilizo neste momento os produtos da firma Smith&Nephew, especialmente Allevyn, embora este produto esteja desenhado para feridas com exsudação tem-se mostrado muito efectivo como protecção da zona de pressão.
Um ponto que é importantíssimo, na minha opinião é, efectivamente, o posicionamento do doente, ainda que esteja a ser utilizado um colchão de prevenção. Num trabalho de campo que realizei o ano passado, no meu serviço (pesquisa intercolegial??? não sei o termo correcto em português), este foi um dos pontos em que o melhoramento foi necessário. Muitas vezes, é dado "um desconto" ou "pensa-se" que, como o doente se encontra deitado num colchão especial, o posicionamento não necessita de ser realizado com a mesma regularidade, isto inutiliza o propósito do colchão e o risco volta a aumentar, levando a que o doente desenvolva, na maior parte das vezes, úlceras de grau I. Felizmente, foi possível melhorar utilizando um esquema de posicionamento para que o enfermeiro fosse "lembrado" da sua importância.
Ups... isto já vai muito longo. Vou dar mas é a palavra a outro.
E, muito bem Portugal, agora é só passar sábado também (embora depois fiquemos sem jogadores se o número de amarelos fôr igual :roll: )!
Summer