Segundo o que aprendi à poucos dias na pós-graduação em cuidados intensivos - actualmente e segundo as novas guidelines já não se hepariniza catetéres centrais, apenas se faz a lavagem com SF. Apenas são heparinizados na diálise.
Quanto aos periféricos apenas SF.
Precisamente. A heparinização do CVC já não é recomendada há algum tempo, pelos riscos que essa prática traz. E caiu em desuso principalmente pelos protocolos falaciosos que a regiam. Em primeiro lugar, é importante distinguir se o cvc é de 2, 3, 4, ou 5 lumens, e se é de 16 ou 20cm, porque o tamanho dos seus lúmens é diferente. Dentro do mesmo cvc um lúmen pode ser de 0,7 e o outro de 1,2 cc de capacidade, dependendo se é o proximal ou distal. Raramente os protocolos são tão específicos.
Não há nenhum lúmen com 3 cc de capacidade. Se tiver 1cc, os outros 2 vão servir para heparinizar o doente,
o que não é de todo recomendado (Há outras formas de o fazer quando é esse o objectivo). É verdade que a heparina tem uma semi-vida curta e até tem antagonista mas sabemos bem que na prática não é assim tão simples.
E já agora, se dos 3 cc mandamos 2 para a corrente sanguínea, porque nos damos depois a tanto trabalho para aspirar 1cc que por lá ficou, ou 0,7?
Há anos que lavo apenas os lúmens com SF e é raro perder-se algum. Quando isso acontece normalmente é em doentes com episódios de refluxo ou em casos de má lavagem, embora volte a salientar que é bastante raro.
Nos catéteres de diálise é diferente, porque pelo seu calibre têm tendência a criar coágulos com mais frequência. Os novos já trazem escrito no lúmen (em cada um deles um valor normalmente diferente) a sua capacidade. Normalmente no meu serviço preenchemos o lúmen (ex. 1,6cc) com 1,6 cc de heparina pura, sem diluição. Neste caso poderia ser de facto diferente e proceder-se a algum tipo de diluição.
Cumprimentos,
Tiago