Boas,
Venho aqui porque já estou por tudo e como tal, vou contar a minha história.
Sempre fiz um desporto que envolvia bicicletas, federado, até considerado de alta competição.
No inicio de 2008 em Janeiro tinha tantas dores no coxis que chegava ao cumulo de mandar vir com a minha mãe por travar quando íamos de carro. Então a minha mãe pegou em mim e levou me a uma urgência do hospital aqui da zona onde vivo.
Lá o médico que me atendeu (que posteriormente se tornou meu cirurgião) disse que tinha que me deitar na marquesa de rabo para o ar e que ia doer. O que ele me fez, foi um buraco onde supostamente drenava o quisto (e doeu como tudo, porque foi feito a “sangue frio”). Depois ele lá me disse que tinha de ir todos os dias ao centro de saúde fazer o penso, onde este consistia numas injecções de betadine que, ao longo do tempo se tornaram cada vez mais dolorosas. Disse também que tinha de ser operado.
Então lá esperei desde Janeiro a Março (para hospital publico não está mal) e lá fui à faca, foi anestesia geral correu tudo bem e lá ficou o boracão que até hoje ainda não fechou.
Devo dizer que não foi a recuperação mais cuidada da minha parte mas aos poucos e poucos lá foi indo.
Tive alta a primeira vez em inicio de Julho mas passado um dia já tinha a ferida aberta e a deitar porcaria cá para fora, depois, como sempre lá continuei verão fora fiel aos tratamentos nunca faltando e em Setembro tenho a minha segunda alta. Tudo correu bem tive por fim alguma qualidade de vida durante 3 semanas mas aí, lá veio a ferida. Continuei com os pensos e até fins de Outubro a ferida diminuiu e durante três semanas não passava de um “triangulozinho pequenino” do tamanho de uma unha (segundo o meu médico), mas depois de eu me queixar do facto de já estar assim à quase um mês o meu médico lá decidiu com uma anestesia local dar uns cortes na ferida e lá viu que afinal estava fechada em falso. Lá continuei eu nos tratamentos até meios de Janeiro. Mais uma alta, mas que não duraria mais de 2 semanas, depois de uma série de pensos disse chega! E devido ao facto da ferida ser pequena, adoptei uma atitude de ignorar aquilo que ali estava. Até que em fins de Abril chegou a um ponto que já não suportava mais a ferida. Então por concelho de um médico amigo, decidi fazer uma outra operação “de reparo”.
Falei com o meu médico e ele sem perguntas disse que sim, e tratou-se imediato da operação, pedi-lhe que fizesse a operação e que depois deixasse a ferida fechada, ou seja não deixasse a ferida aberta e cozesse, ele me disse que ia ver o que podia fazer.
Sei que pelo método fechado a probabilidade do quisto voltar era maior, mas antes prefiro perder anualmente duas semanas a ficar eternamente agarrado a isto.Â
A meio de Maio lá fui eu mais uma vez “à faca”, correu tudo bem, mas lá no final lá ouvi o médico que não dava para fechar e como tal ia voltar tudo ao inicio.
E os pensos lá começaram de novo!
Ia todos os dias para o outro lado do concelho onde vivo para em partes das vezes ficar muito, mas muito tempo à espera, onde inclusive chegou-me a ser rejeitado ser feito o penso.
Cheguei a ter alturas em que saturei, mas mesmo assim continuei a ir. Não tenho nada contra as enfermeiras de lá, algumas inclusive tornaram-se minhas amigas (pelo menos para mim).
Até que no local onde eu trabalho há um senhor que é enfermeiro reformado que a meu pedido ofereceu-se para me fazer os pensos diariamente e não voltei a ter a qualidade de vida que tinha antes disto tudo, mas melhorou.
Em relação à ferida por várias vezes esteve perto de fechar mas sempre que lá chegava perto, lá se estragava tudo outra vez.
Hoje estou numa fase em que ela está do tamanho de uma unha, mas segundo o meu médico está com uma carne esponjosa que não aparenta que procederá à cicatrização. O médico decidiu esperar para ver como a ferida desenvolve, mas caso não mudar para melhor, na próxima consulta lá levarei outra vem uns cortes com uma anestesia local.
A ferida por vezes deita muita porcaria e dói-me, outras vezes suporta-se menos mal. Tanto faz me “portar bem” (ficar quieto a descansar), ou fazer esforços e correrias, pois por vezes “não me porto bem” e ela até lá continua a desenvolver bem e depois quando supostamente estou quieto ela retrocede e muito.
Tenho adiado e muito a minha vida por causa desta doença e passados dois anos e depois de tudo que passei penso que será sempre assim, faça o que faça continuarei sempre com isto. Por isso aqui têm um caso que nunca irá ficar resolvido.
Sei que há doenças muito piores (isto nem tem o estatuto de doença), tenho 20 anos e estou a perder os melhores anos da minha vida!