Paulo
Como sabes a Enfermagem em Portugal tem andado muito à volta dos Hospitais, e porque em quanto a Europa de pós-guerra implementou planos de prevenção e promoção da saúde, aqui continuamos com um modelo Hospitalocentrico.
Uma componente muito importânte, se não a mais importânte, para o futuro da Enfermagem e sobretudo da assistência de saúde à população passa por investimento forte nos cuidados primarios, todos sabemos disso.
Infelizmente nos últimos anos o país tem vindo a estruturar-se à volta de uma visão desenvolvimentista, que aponta para a competitividade, a adquisição de competências cognitivas para o trabalho esquecendo coisas simples como a saúde das pessoas integradas num contexto especifico.
A Enfermagem tem o seu potencial máximo, na minha opinião, num modelo integrado, onde se partilha a informação (fichas clínicas, etc) acerca dos utentes; recursos multiprofissionais (acabando com o corporativismo cego, que no caso dos medicos, deu cabo inclusive de sectores da própria Medicina, como a Med. Interna, e a clínica Geral porque o que é valorizado é a alta especialização, pois isso é que dá dividendos a que vende os equipamentos, logo a quem nos paga as viagens).
Ou seja estamos do lado "não rentavel da saúde", aqule que não dá viagens, em congressos no exterior, mas que é o que na verdade pode fazer a diferença ao nível macro, aumentando a qualidade de vida de populações inteiras, através dos cuidados primários em saúde escolar, vacinação, cuidados domiciliarios, interligação com cuidados hospitalares, educação para a saúde a todas as faixas etárias com as suas especificidades, etc....
O contexto também não ajuda nada, na minha opinião, mas isso não é razão para alguns estarem parados.
Abraço!