Olá! Permitam-me que intervenha?
Uma Candidatura não é, nem pode ser, um aglutinar de vontades. É necessário um projecto que seja comum a todos aqueles que a integram, assim como a aceitação das estratégias a desenvolver e, a sua plena aceitação por todos. Ficou provado nestas eleições que vence quem planeia a estratégia a longo prazo assim como quem organiza e consegue mobilizar o maior número de pessoas à volta do projecto. Não basta ser jovem e insatisfeito ou velho e cheio de experiência. E depois, acho ser prematuro lançar o tema para a discussão. O homem ainda nem tomou posse. Dêm-lhe oportunidade de asneirar à vontade ou não, pelo menos de provar mesmo o que vale. Mesmo tendo votado contra ele, penso que dificilmente fará pior que os que lá estão ainda. O Estatuto da OE dá a todos nós membros, formas de intervir independentemente da vontade do bastonário e sua equipa. Como?
Através da convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária que pode ser convocada em qualquer altura para discutir qualquer tema considerado relevante para a profissão, para isso bastam as assinaturas de 5% da globalidade de membros inscritos na OE ou seja no minímo 3225 assinaturas, vá lá 3500 assinaturas para tirar as dúvidas. Que temas a discutir? Que tal consignar a consulta OBRIGATÓRIA POR REFERENDUM a temas como o valor da quotização, a necessidade de ser legislado o ACTO DE ENFERMAGEM que, à semelhança do que está legislado para o acto médico defina quais os actos que são da competência exclusiva da ENFERMAGEMÂ e quem os pode praticar, para não continuar a acontecer o que ainda hoje vi numa farmácia em que a vendedora de drogas e remédios dizia que davam todas as injecções menos antibióticos e cortisonas?
A necessidade de legislar sobre a qualidade minima aceitável dos CUIDADOS DE ENFERMAGEM e as DOTAÇÕES DE ENFERMEIROS para a manter? Não tenho dúvidas que assim iriamos ter mais gente empregada. E a exigência feita pela OE ao ministério da Educação para a uniformização dos curriculos com o número mínimo de competências que todos os licenciados em enfermagem devem possuir ao terminar a licenciatura e a creditação dos docentes?
Já agora porque não creditar os campos de estágio segundo o número de camas, casuística, qualidade dos cuidados prestados e dotação de profissionais de enfermagem no serviço, com "numerus clausus" de alunos por serviço? E que ensinos clínicos de cirurgia sejam feitos em serviços de cirurgia, de pediatria em serviços de pediatria e não em infantários e geriatria em valências hospitalares e não em lares de idosos?
Porque não a exigência de que a orientação dos alunos seja feita por professores das escolas e não pelos enfermeiros dos serviços que, já estão sobre-carregados com trabalho? Assim acabávamos com docentes a falarem de coisas que não conhecem e só existem na cabeça deles.
Podemos pois. E isto é talvez mais importante que arranjarmos uma candidatura do forum.
SE arranjarmos as ditas assinaturas e propormos estes temas a referendum talvez tenhamos mais impacto na ENFERMAGEM, nas necessidades dos enfermeiros e na da população que usufrui dos nossos cuidados que pensarmos em candidaturas daqui a 4 anos.
Que acham?