MEL
Quais as substâncias encontradas no mel?Os principais componentes do mel são os açúcares frutose e glicose, em proporções equivalentes que, juntas, perfazem 70% do total; incluindo a sacarose, maltose (também os seus isómeros), turanose e trealose e outros que somam aproximadamente 10% e 3%, tais como erlose, melizitose, maltriose, kojobiose, melibiose, rafinose, dentre outros, dissolvidos em 17-20% de água. Contudo, muitas das características pelas quais o mel é bem conhecido, por exemplo, o seu sabor, aroma e cor, são determinadas não por esses componentes principais, mas por outros que estão em quantidades muito pequenas, tais como sais minerais, vitaminas, enzimas, compostos nitrogenados, ácidos e voláteis.
Os sais minerais mais encontrados são sódio, potássio, cálcio, magnésio, ferro, cobre, fósforo, manganês e zinco. As vitaminas no mel, presentes normalmente em quantidades traço, não representam uma fonte nutricional importante, sendo as mais conhecidas a vitamina B1 (tiamina), o complexo vitamínico B2 (riboflavina e ácido nicotínico), a vitamina B6 (piridoxina), o ácido pantoténico, a vitamina C (ácido ascórbico), sendo esta encontrada em maior quantidade dependendo da origem floral do mel. Os compostos nitrogenados incluem as proteínas e aminoácidos, podendo-se citar a prolina, lisina, histidina, arginina, o ácido aspártico, ácido glutámico, a leucina, dentre outros. As enzimas estão presentes no mel devido às secreções das glândulas salivares das abelhas-operárias durante a sua elaboração. Essas permitem diferenciar-se um mel de uma solução de açúcar invertido.
As principais enzimas do mel são a invertase, a diástase e a glicose oxidase. O mel contém ácidos (o pH médio é de cerca de 3,9 e varia de 3,1 a 4,5) que contribuem para o seu sabor característico e para a sua resistência a danos causados por microrganismos.
A composição exacta de qualquer mel depende, principalmente, das fontes vegetais das quais ele é derivado, mas também do tempo, solo e outros factores, e dessa forma dois méis nunca são idênticos.
A variedade infinita é a grande atracção do mel. Os polifenóis são um dos grupos importantes no que diz respeito à aparência e às propriedades funcionais do mel (propriedades antioxidantes), sendo os mais encontrados os flavonoides (quercitina, luteolina, galangina, dentre outros), ácidos fenólicos e seus derivados.
Qual o benefício que o mel traz para a saúde?
Os benefícios do mel podem se apresentar sobre vários efeitos fisiológicos:
Benefício anti-inflamatório
Em testes experimentais com ratos, foi observado que a ingestão do mel reduziu inflamações nos intestinos dos ratos. A administração do mel é tão eficaz quanto o tratamento com prednisolona num quadro inflamatório de colite. O mecanismo postulado da acção é o impedimento da formação dos radicais livres libertados dos tecidos inflamados. A redução da inflamação pode estar relacionada ao efeito antibacteriano do mel ou ao efeito anti-inflamatório directo. Outra observação em estudos animais mostrou que os efeitos anti-inflamatórios do mel foram observados nas feridas devido à ausência de infecção bacteriana.
Benefício antimicrobiano, antiviral e atividade antiparasitária
O mel inibe o crescimento dos microrganismos e dos fungos. O efeito antibacteriano do mel, na maior parte, encontra-se sobre as bactérias gram-positivas. O efeito antimicrobiano do mel pode estar relacionado as substâncias diferentes e depende da origem floral. A baixa actividade de água (aw) do mel inibe o crescimento bacteriano. A enzima gluco-oxidase no mel produz o peróxido de hidrogénio, um agente antibacteriano, mas a capacidade da produção do peróxido depende também da actividade da enzima catalase. Mas existem outras propriedades químicas diferentes, como os ácidos orgânicos, fenólicos e flavonoides que actuam também como antibacterianos. Alguns estudos relatam que o mel tem se mostrado também um inibidor in vitro do vírus da Rubéola, de três espécies de parasitas de Leishmania e do Echinococcus.
Benefício para saúde da pele
O mel é usado em hidratantes e outros tipos de cosméticos, tais como sabonetes, máscaras e loções, mas também nas preparações farmacêuticas aplicadas directamente em feridas, queimaduras e úlceras de pele, pois ajuda na regeneração das células superficiais da pele, alimentando o epitélio e activando a circulação ao nível dos capilares, o que alimenta a pele, hidratando-a.
Outro site interessante para a utilização do mel como agente tópico no tratamento de feridas
http://www.medcenter.com/Medscape/conte ... 9&id=23725