Pelo que depreendo da notícia, deduzo, que 15 mil menores estavam institucionalizados em 2004. Trancrevi partes da noticia, mas esta segunda hipótese tem mais lógica.
Na minha opinião o Enfermeiro, tem um papel importante perante estas crianças. Se por um lado deverá actuar na detecção de casos de neglicência ou maus tratos, por outro poderá actuar nas instituições de acolhimento.
Relativamente ao primeiro ponto, o Enfermeiro Comunitário (por exemplo), poderá detectar certos sinais aquando por exemplo da vacinação, de idas esporádicas ao Centro de Saúde, ou até mesmo na própria comunidade. Isto para não dar o exemplo, do Enfermeiro de um serviço de urgências, ou de um serviço de internamento de Pediatria. Penso que o Enfermeiro deverá estar atento a esta realidade (que apesar de ser mais rara que há uns anos atrás, ainda é uma realidade).
Relativamente ao segundo ponto focado, importa realçar dois tipos de instituições de apoio:
Centro de Acolhimento Temporário , que se destinam a assegurar o acolhimento urgente e transitório de crianças e jovens em situação de risco, decorrente de abandono, maus tratos, negligência ou outros factores, proporcionando condições para a definição de projecto de vida e ao seu adequado encaminhamento;
Lar para Crianças e Jovens, destina-se ao acolhimento de crianças e jovens proporcionando-lhes os cuidados adequados às suas necessidades, bem-estar e educação.
Em qualquer um dos tipos de instituição penso que o Enfermeiro tem um papel importante. De acordo com um estudo de Pires (2004), a criança que cresce numa instituição, cresce com falhas a nível da auto-estima, podendo parecer tristes, inibidas, com dificuldades de aprendizagem ou problemas de comportamento agidos e aditos, pré-delinquentes, com falhas de identidade sexual e risco de suicídio. Desta forma, poder-se-ia dizer que a palavra “prevenção” poderia, nestes casos, ser substituída pela palavra “amor”.
Porém, nem sempre é possível dar a estas crianças o tal “amor” ou o "vínculo parental" que elas precisam, pelo que o papel da Enfermagem, mais concretamente da educação para a saúde, torna-se importante, e muito em especial nestes casos. A educaçao para a sáude, com a visita do Enfermeiro a estas instituições cumpre assim dois propósitos essenciais: a detecção de possíveis comportamentos de risco, mas mais importante, a prevenção destes mesmos comportamentos.
Contactos úteis:http://195.245.197.202/left.asp?03.06.09.10 (programa “Ser Criança”, que visa, numa perspectiva de prevenção e actuação precoce, a integração familiar e sócio-educativa de crianças em risco de exclusão social e familiar).
SOS Criança, do Instituto de Apoio à Criança (Telefone – 217 931 617, Horário de funcionamento – das 9,30H às 18,30H)
Serviço telefónico de emergência – Criança Maltratada, do projecto de Apoio à Família e à Criança (PAFAC) (Telefone – 213 433 333)
Recados da Criança da Provedoria da Justiça (Telefone - 800 20 66 56)
Equipa de Acolhimento de Emergência, do Instituto da Segurança Social – Rua Afonso Lopes Vieira, nº 38, 2º Esq. -
1700-015 Lisboa (Telefone - 217 827 250, Fax - 217 827 251)
Fontes: PIRES, Ana Rosa – Lágrimas na Inocênca. Trabalho final de licenciatura. 2004
Ministério da Segurança Social, da Família e da Criança on-Line