A discussão sobre este tema, passa a meu ver por alguns pontos essenciais.
Assim, em primeiro lugar, e acima de tudo, penso que deverá haver uma clara distinção de competências. O Enfermeiro insere-se numa equipa multidisciplinar, e não é um solitário. Como tal há que saber o que fazer, como fazer, e quando fazer. Dois exemplos banais: os diagnósticos médicos e os diagnósticos de enfermagem. Por exemplo, o diagnóstico de um artrito pericárdico é diagnóstico médico. Na minha óptica, a formulação de um diagnóstico de Enfermagem, poderá incluir o artrito pericárdico como etiologia, mas não como problema, porque não iremos directamente actuar sobre ele. Um outro exemplo: o acto de suturar. É competência de quem? Está algo definido sobre isso? Parafraseio um professor meu: “sutura quem SABE...” Mas o que tento dizer, é que tem claramente que haver discernimento entre as competências dos diversos grupos profissonais (evitando os mesmo tipos de procedimentos a uma mesma pessoa, em momentos diferentes, e por profissionais diferentes; de igual forma evitando choque de competências entre os membros, o que causaria mau ambiente dentro da equipa, que se repercutiria no doente)
Em segundo lugar, relativamente ao nível de conhecimentos. Não é por termos inúmeros conhecimentos de uma dada área que os devemos aplicar a toda e qualquer altura. Há que saber avaliar as situaçoes (uma a uma) e saber se se justifica aplicar esses mesmos conhecimentos. Não nos esqueçamos que do outro lado está uma pessoa, com sentimentos. Ou seja, acho que se estivesse hospitalizado iria nutrir mais simpatia e agradecimento, por um(a) enfermeiro(a) que me causasse hematomas e dor ao puncionar (por ex.), mas que estivesse a meu lado quando precisasse, que me desse a mão, apoio. Isto em detrimeto do(a) enfermeiro(a) distante, que apenas via na medicação e quando tinha que ser puncionado ou que apenas passava pelo quarto perguntava se estava tudo bem e ia embora, mas em qualquer procedimento técnico era muito eficaz, não causando a mínima dor (desconforto já causava!). Com este segundo ponto, quero dizer, que sim, a teoria é importante, mas há coisas para quem está no lado de lá, mais importantes...