Colega,
Tudo o que referiu foram e sao aspectos ja ponderados e avaliados no meu caso especifico. Formação interna tambem existe desde a minha chegada ao lar, com constantes actualizações e ensinos na pratica diaria, nao só no que concerne a administração de medicaçao, como muitos mais temas: desde cuidados higiene, alimentaçao, prevençao UP, prevençao de acidentes em geriatria, primeiros socorros, chamada 112, sinais e sintomas de algumas situaçoes de urgencia (avc, eam, etc), entre muitas outras tematicas..... ...
No entanto e, tal como referiu e muito bem, tudo depende das condiçoes de trabalho e da instituiçao, bem como dos horarios e da nossa flexibilidade, bem como dos recursos materiais e humanos. Passo a explicar o meu raciocinio...
No meu caso especifico, infelizmente, nao ha condiçoes que permitam colocar em pratica algumas das ideias que a colega sugere. Os funcionarios ja tem vindo a recusar que lhes seja delegado a administraçao de medicaçao mesmo na ausencia do enfermeiro (por ser um cuidado e uma responsabilidade de enfermagem, o que concordo, mas tambem não temos enfermeiros para cobrir a medicaçao a administrar nas 24h do dia), quanto mais dar lhes um kardex para confirmar tudo utente a utente (infelizmente os funcionarios ja se queixam de falta de tempo com o serviço deles...entao com mais um trabalho que ainda por cima é nosso...!!)... aqui ha tambem elementos fundamentais como a sensibilizaçao dos funcionarios a motivaçao para que colaborem conosco... sao aspectos que nao convem esquecer...Â
Alem do mais, em caso de urgencia, nao sei o que a colega define como "urgencia"... no meu caso nao se trata apenas de estabilizar um utente ate o encaminhar devidamente para os serviços hospitalares.. no meu caso, sou eu quem estabiliza o utente, sou eu quem o acompanha a urgencia do hospital (situado a cerca de 110km, ou seja cerca de 1h ou 1h10min de viagem), e sou eu que muitas vezes o acompanho no serviço de urgencia durante periodos de 3, 4 ou ate 5h de espera ate saber alguma informaçao. Assim, como deve compreender, nao tenho condiçoes de aguardar para o final da urgencia para dar a medicaçao tantas horas mais tarde.. uma urgencia na minha instituição, desde que começa (saio do lar, vou ao hospital com o utente, aguardo, volto) ate acabar, pode durar ate 6h como ja tem acontecido inumeras vezes...
Nao me interprete mal, nao estou de qualquer forma a discordar com a colega. pelo contrario, concordo plenamente com as suas sugestoes mas, saliento apenas aqui, que cada caso é um caso, cada realidade é uma realidade distinta. Acho que não basta ter ideias e colocar em pratica: cada casa tem as suas condiçoes materiais e os seus recuros humanos e, dentro destes (recursos humanos) mais ou menos motivaçao em colaborar.
Nao é um trabalho facil , é arduo. Daí que todas estas necessidades se suprissem com aquilo que realmente era importante: apostar em enfermagem 24h! Deixam de se delegar cuidados que sao nossos (dos enfermeiros).. os utentes passam a estar mais estabilizados, com maior acompanhamento, a responsabilidade dos nossos actos sao unica e simplesmente nossas, diminuem -se os custos de saude devido a maior prevençao e acompanhamento e reduz-se o nivel de desemprego em enfermagem.. mas.. continuam a ser os funcionarios a fazer o nosso trabalho... no meu caso.. ao longo do tempo... junto dos funcionarios: a reivindicaçao e recusas em realizar tarefas que lhes sao delegadas tem sido mais notorias. aonde vamos chegar entao? eu nao posso estar la o dia todo... nem posso deslocar me propositadamente a cada horario de medicaçao... por isso colegas, defendo que o problema deve ser resolvido pela raiz: ser o enfermeiro a prestar os cuidados que lhe sao inerentes!
nao sei se os colegas entendem o ponto de vista... e peço desculpa se feri susceptibilidades com a minha opiniao.. mas é apenas uma partilha de vivencias e opinioes...
cumps...