Portanto, deixem-me ver se entendi bem... Ha aqui alguns colegas indignados ao longo do tópico, porque os recém licenciados, voluntários, etc, estão em posições melhores e os referidos colegas alegam em sua defesa já possuírem infida-veis anos de experiência e que os cursos não valem nada (os que se realizam depois da licenciatura)...
Saibam os caros colegas, que não me encontrando em situação de recém licenciado nem com falta de trabalho, mas compreendendo a posição destes, gostaria de vos dizer que para terem experiencia os novos graduados precisam de trabalho (mas muitas vezes se verifica serem obrigados a ter experiencia para terem trabalho, o que é utópico e ridículo).
Mais ainda, gostaria de acrescentar, que se têm experiência, é porque têm ou tiveram trabalho... e se o têm, agarrem-no e deixem que outros tenham essa oportunidade... ter tal como vocês, uma oportunidade de trabalho neste país para que possam aplicar o que aprenderam, para que possam ter um salário e para que possam ter a vossa experiência... Se os recém licenciados ficaram em melhores posições, ainda bem, pois se calhar eles merecem o direito a uma vaga seja la onde for geograficamente falando, ou estarei assim tao errado? O vosso pão está assegurado meus amigos... Ou vamos mandá-los todos emigrar, para que a malta com experiencia ocupe os concursos todos e as vagas todas e consiga trabalho em frente à porta de casa???
Para terminar, quero ainda mostrar a minha tristeza quanto ao facto de percepcionar, não só aqui, mas em variadíssimos tópicos, que as formações são pouco valorizadas pela classe... É pena, pois afirmando-se a enfermagem como ciência, com corpo de conhecimentos cientifico que requer investigação e evolução constante, é pena que se pense que a licenciatura é o bastante na formação de um enfermeiro... Se me disserem, as formações são caras, eu digo-vos, sim, são ridiculamente caras, e se calhar muitas delas deixam a desejar o seu conteúdo e os próprios formadores, no entanto, a formações e cursos são e extrema importância para uma arte e ciência como a enfermagem!!! A evolução e acompanhamento da mesma devem ser constantes...
Cumprimentos a todos
Cada concurso tem os seus critérios, que devem ser o mais justos possíveis e adequados ao local de trabalho em questão.
Se é difícil que estes critérios sejam justos? Provavelmente sim. Mas, pela minha opinião e experiência profissional (meia dúzia de anos)Â SEM DÚVIDA nenhuma que a experiência é o que mais deve ser valorizado!
Obviamente que tudo o que possa, de alguma forma revelar a adequação do candidato à vaga, deve ser valorizado.
Critérios justos para o lugar em questão e a correcta aplicação desses critérios.
Na minha opinião, deveria existir uma uniformização dos mesmos, que incluiriam:
- experiência profissional (aqui põe-se em causa se estágios, clínicas e afins devem também ser valorizados. Na minha opinião, sim, se estiverem mesmo relacionados com enfermagem).
- existência de especialidade em enfermagem
- existência de pós-graduação, mestrado e/ou doutoramento
- nota de CLE, já que penso que demonstra o esforço realizado ao longo do curso. Idealmente, isto deveria ser substituído por uma prova nacional, dado que uniformizaria os reais conhecimentos teóricos, removendo os enviesamentos de cada escola, causados pela variação de exigência de escola para escola
- outros cursos (formação em serviço, formação extra serviço, relacionada com enfermagem)
Poderiam existir outros critérios.
Coloquei os critérios por ordem que penso que demonstra a sua importância (por ordem decrescente de importância). Obviamente que quem não tem experiência preferia que a nota de CLE fosse mais importante (caso tivesse uma boa nota) e quem tem experiência concordaria com este modelo.
Existem ainda os critérios de desempate. Na minha opinião e sendo difícil avaliar a justiça dos mesmos, penso que a experiência em anos, meses e dias serviria para desempatar. Penso que seria mais justo que idade, ordem alfabética (já estive num concurso que foi desempatado por ordem alfabética).
Concursos em que se envia currículo, penso que é ineficaz... Milhares de currículos a serem avaliados aumenta certamente a possibilidade de erro. Isto resolveria-se com a criação dum formulário online onde os critérios fossem totalmente explicados e onde os candidatos assumissem a veracidade do que lá escrevem. Quando fossem tomar posse, teriam que apresentar os comprovativos, sob pena de serem excluídos, caso a veracidade não se confirmasse.
É uma área dúbia, verifica-se ainda muita disparidade entre instituições... Quiçá um sistema nacional de ordenação de enfermeiros resolvesse o problema.
Não quis com este texto ir contra ninguém ou demonstrar qualquer mau sentimento contra recém-licenciados. Todos nós passamos por ai e sabemos que não é fácil começar.
Bom trabalho e bons estudos.