Caro Roger, Krub e restantes enfermeiros
Deixo este texto que copiei do SE
Analisem!
Este é da autoria do colega António José Silva, que não conheço mas partilho inteiramente a sua opinião:
"Aproxima-se o momento em que os Enfermeiros terão de provar de que cepas são feitos. Os ataques à nossa profissão têm sido violentos, e os tempos que se aproximam serão ainda piores.
O nivelamento por baixo contínua, com a anuência de outros sindicatos, os tais do acordo dos 1200 euros.
Para eles essa é a fasquia para os Enfermeiros. O interesse em diluir as nossas lutas no grosso da coluna da CGTP mantém-se, assim como a relação privilegiada, que mantém com o ministério. Já era assim com o anterior governo, e foi o que levou á aprovação daquele documento a que alguns chamam carreira. Para nós não é carreira, é um atentado ao que tínhamos. Estranha, muito estranha esta relação de cordialidade entre esse sindicato e a tutela, seja ela de cor política for.
A destruição da anterior carreira era o seu principal objectivo.
Acabar com os chefes de carreira e com os especialistas, abrindo assim as portas aos especialistas gratuitos (tendo tido a ajuda da OE anterior), fazendo crer aos enfermeiros com especialidade que são obrigados a exercer, mesmo sem serem pagos como tal. Pois tinha de ser assim, porque na carreira que aprovaram na tabela salarial nem existem especialistas. Quanto aos chefes (assim nem é necessário impugnar concursos), é mais fácil nomear os “amigos“ ao seu serviço.
Genial sem dúvida.
Na actualidade as suas reivindicações salariais são de uma pobreza inqualificável. Para nós não existem CIT, CFP, ou qualquer outro vínculo laboral. HÁ ENFERMEIROS.
É por esta razão, que o nosso Acordo Colectivo de Trabalho tem como proposta fundamental é de uma CARREIRA ÚNICA, independente do seu vínculo laboral. Somos todos Enfermeiros.
Não podemos permitir que se mantenha uma carreira a duas velocidades, criando divisões entre a classe, pelos vistos o SEP é isso que quer manter. Dividir para reinar é este o lema desse sindicato, e que dá muito jeito a quem nos (des)governa.
Tudo isto fica claro, quando se lê alguns panfletos e se percebe as reivindicações desse sindicato. Mais um jeito ao ministro.
A nossa proposta ( Sindicato dos Enfermeiros ) de tabela salarial, é mais uma vez muito diferente e estará muito longe da deles. Tratará os Enfermeiros com dignidade, como licenciados.
Não podemos tolerar que o assalto e o EMPOBRECIMENTO DOS ENFERMEIROS continue.
Não podemos aceitar que se preparem para nos reduzir os suplementos a um valor ridículo, nunca aceitaremos essa redução.
Exigimos que o SEP e o Ministério da Saúde não voltem a cozinhar um outro acordo em que seremos todos prejudicados, como o último que assinaram ( a tal dita carreira ). Não podem continuar a prejudicar assim os Enfermeiros.
O silêncio do SEP em relação ao Pré-Hospitalar é lamentável, e revelador do seu sentido de responsabilidade na defesa dos Enfermeiros. Durante uns tempos andou a entreter os Enfermeiros, que lá trabalham, com alegadas reuniões com a administração do INEM, encontros do pré-hospitalar. Só fogo-de-vista!
Agora desapareceram, ninguém sabe deles. Gostaríamos por exemplo de saber qual a sua opinião sobre a carreira dos TAE……se os encontrarem digam-nos que nós perguntamos.
Mas a opinião não deve ser muito favorável aos Enfermeiros, ou não andassem sempre a apregoar que…. “ não somos contra a carreira de ninguém…”. Para bom entendedor….
Por todas estas questões e mais algumas lanço um alerta.
Tenham cuidado Enfermeiros, às vezes a embalagem engana e só quando se abre se percebe a desilusão. Não é por andarem sempre nos serviços a distribuir papéis da CGTP (na sua maioria), que estão mais atentos aos problemas. Pelo contrário….é para entreter.
A garantia que vos damos, é que iremos lutar até ao limite do possível pela PROFISSÃO DE ENFERMAGEM.
LUTAREMOS
Por uma carreira única que não exclua ninguém, independentemente do seu vínculo laboral.
Por uma tabela salarial condigna, que nos pague como licenciados e disso nunca vamos abdicar. Não podemos tolerar que nos tratem como licenciados no diploma, e na folha de vencimento nos tratem como licenciados de segunda.
Por uma participação efectiva nos grupos de trabalho da reforma do SNS. Não admitimos que o Sr Ministro continue a colocar os Enfermeiros sempre de parte nesses grupos de trabalho quando a maioria das alterações nos afectam a nós.
Pelo reconhecimento da autonomia dos Enfermeiros. Isso é que é ser licenciado, é ser autónomo.
Por um modelo de cuidados de saúde primários em que os Enfermeiros sejam a sua base. Hoje eles trabalham e os outros assinam receitas, e os verbetes das consultas.
Por um modelo de cuidados de saúde primários único. Sem a confusão que reina hoje. USF, ECCI, UCSP, UCC, ninguém se entende. Quem paga são os utentes. Quem “recebe” chorudas compensações já sabemos quem são.
Por uma Enfermagem que exclua de vez a complementaridade, palavra tão querida ao SEP.
São estes alguns dos motivos pelos quais vale a pena lutar até ao limite. E o limite meus caros é a GREVE.
Mas não uma greve de cuidados mínimos. Não uma greve que leve o Sr Ministro a afirmar que os Enfermeiros foram exemplares na greve (como fez com troça a ministra anterior).
UMA GREVE como se fez na Finlândia.
Sem cuidados mínimos.
Temos que provar que somos essenciais, e só dessa forma.
O momento da verdade aproxima-se. Façam a vossa reflexão, e não deixem que nos ENXOVALHEM mais. As nossas posições são claras e transparentes e não abdicaremos delas.
Estamos certos que muitos se identificam com o que aqui está escrito, por isso juntem-se a nós para que nos coloquem no patamar em que merecemos estar, pelo nosso mérito, pela qualidade que demonstramos todos os dias.
Por último, tabela salarial!
A resposta do outro sindicato será como sempre a de que estamos em crise, e que não há dinheiro. Estranho….que a CGTP (desculpem o SEP), só diga isto a respeito dos Enfermeiros, (porque dá os parabéns aos médicos pelo acordo que fizeram…)
Muito estranho….ou não? Reflictam!
Sr Ministro se há dinheiro para uns, tem de haver para os outros. Se Vª Ex.ª tem orçamento para elevar quase ao dobro o salário dos médicos, também tem de haver para nós Enfermeiros.
TEMOS QUE SER FORTES E UNIDOS.
Cordiais Saudações Sindicais,
Vogal Direção, António José Silva."