Tópico excelente...
Para mim é claro: o aborto não deve ser descriminalizado.
Aliás, penso (e não é superficialmente) que a lei actual se adequa às necessidades.
Concordo plenamente com os argumentos "pró-não" apresentados, com ênfase ao Guyton, RottenBoy e ao post de Paula Almeida (forte, cru, mas muito pertinente).
Eu perspectivo as coisas de forma simples:
Se, 1 segundo após a fecundação, retirarmos o ovo do útero (ou trompas...) da mulher e o colocarmos noutro útero de outra mulher com condições propícias ao desenvolvimento de uma gravidez, a gravidez ocorre. E (ponto fulcral), não há rejeição como nos transplantes...
Resumo: o ovo não é da mulher; está dentro da mulher.
Assim, se é suposto (e bem) que a mulher decida o que quer que seja acerca do SEU corpo, já o mesmo não se aplica aquilo que não é dela (mesmo que se desenvolva dentro de si).
E, citando Guyton:
Permitir o Aborto é não conceder o tempo necessário para que uma mulher ame o seu filho.
Concordo.
Acerca das condições sociais:
Nunca vi e estou convicto que nunca vou ver uma prova científica (por algum estudo ou algo do género) de que exista uma relação directamente proporcional entre a condição económica e a felicidade. Por alguma razão a taxa de suicídio é maior nas classes média e alta.