Embora o cenário mais frequente seja aquele em que os alunos que terminam as suas licenciaturas em Oliveira de Azeméis têm colocação quase imediata no estrangeiro, Henrique Moreira revelou assim à Lusa que o fluxo de estudantes no sentido inverso também se tornou uma hipótese - mas só no que se refere à formação universitária, com a possibilidade de os noruegueses virem qualificar-se a Portugal.
"Se criarmos um curso bilingue, em Português e Inglês, a Noruega está disposta a enviar os seus alunos para estudarem cá", garante o diretor da ESECVPOA, "dizem que lhes fica mais barato mandar os alunos para Portugal do que tê-los a estudar lá, onde a formação em Enfermagem é muito mais cara e nem sequer é tão abrangente como a nossa".
Essa abrangência de conhecimentos é uma das razões pelas quais os enfermeiros portugueses são facilmente aprovados nos testes de recrutamento internacionais.
"Há entidades que, quando estão a avaliar um candidato nosso, nos ligam a comprovar se ele realmente recebeu formação em determinadas áreas, como, por exemplo, a algaliação [que envolve a introdução de vários tipos de sondas no corpo humano] ", refere Henrique Moreira.
"Aqui na escola desenvolvemos competências muito mais abrangentes do que nos outros paÃses e por isso é que à s escolas estrangeiras não interessa aumentar o número de vagas ou alargar a matéria dada nos cursos, porque é mais fácil e mais barato vir buscar os enfermeiros portugueses", defende.
Para o diretor da ESECVPOA, esses paÃses têm assim "mão-de-obra altamente qualificada a custo zero".
"Por isso é que é uma tristeza ver que em Portugal não se valoriza este capital humano", explica.
"Temos cá estes profissionais de qualidade todoss e a realidade é que nos nossos hospitais há falta de enfermeiros, sendo que os rácios portugueses [de serviço de enfermagem nas unidades de Saúde] ainda não estão ao nÃvel da média europeia", conclui.
FONTE: http://bit.ly/1ksvPPB